Fifa admite demora em reagir contra violações trabalhistas no Catar
A Fifa demorou para questionar o tratamento de operários imigrantes em estádios da Copa do Mundo que acontecerá no Catar em 2022, e os organizadores do torneio deveriam fazer mais para melhorar as condições de trabalho, afirmou uma autoridade da entidade do futebol nesta quarta-feira.
A Fifa não abordou o abuso dos trabalhadores com o comitê organizador do Mundial do Catar até maio passado, cinco anos depois da concessão da competição, disse Federico Addiechi, dirigente de Responsabilidade Social Corporativa da Fifa.
Ele acrescentou que, antes de 2015, a entidade não considerava a construção dos estádios como sua responsabilidade.
“Quando se trata de políticas de direitos humanos… começamos, em conexão com o Catar e sua candidatura para 2022, tarde, sim”, admitiu Addiechi aos repórteres e membros de sindicatos em uma conferência de direitos humanos em Doha.
“Assim que reconhecemos… que uma organização como a Fifa deveria estar envolvida na abordagem de possíveis violações de direitos humanos em estádios, de fato o fizemos (entrar em contato com o Catar)”, disse.
Autoridades do Catar disseram que estão trabalhando para resolver questões levantadas a respeito das condições de trabalho e que precisam de tempo para solucionar os problemas do sistema trabalhista.
Duas semanas depois que a Anistia Internacional relatou abusos recorrentes nos preparativos do emirado para a Copa do Mundo, Addiechi disse que a Fifa não irá recorrer à ameaça de mudar a sede do evento esportivo para pressionar por reformas.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.