Fifa está degradada e precisa de mais transparência, defende Figo

  • Por Agencia EFE
  • 19/02/2015 16h11

Jorge Peris.

Londres, 19 fev (EFE).- Candidato à presidência da Fifa, o ex-jogador português Luís Figo afirmou nesta quinta-feira em entrevista à Agência Efe que nos últimos anos a organização máxima do futebol mundial sofreu uma enorme degradação, precisando melhorar sua estrutura e transparência.

“Após ter visto nos últimos anos uma deterioração clara na imagem da Fifa e de conversar com muitos colegas do mundo do futebol, acho que é o momento de uma nova era”, manifestou Figo à Efe em uma entrevista que ocorreu no estádio de Wembley, em Londres, após a apresentação de sua candidatura à Fifa.

“É necessária uma mudança para melhorar as estruturas, a transparência e o desenvolvimento do futebol. Durante a Copa do Mundo do Brasil vi um grande número de manifestações contra a Fifa”, explicou Figo.

O ex-jogador português, de 42 anos, apresentou hoje na capital britânica sua campanha, detalhando os planos para “restaurar a credibilidade e reconstruir a confiança” na entidade máxima do futebol.

“Aposto no desenvolvimento do futebol entre os jovens, criando uma sinergia com a grade escolar, uma mudança nas estruturas da Fifa e uma definição mais clara dos poderes e das responsabilidades por parte de cada organismo”, acrescentou.

“Também tem que se consultar mais e dar mais poder às associações. Por sua vez, devemos criar uma distribuição mais equitativa dos pagamentos solidários para que sejam investidos no futebol”, disse à Efe o português.

Figo é um dos três desafiantes do atual presidente, Joseph Blatter, que tenta o quinto mandato consecutivo. Michael van Praag, presidente da Federação Holandesa de Futebol, e o príncipe Ali Bin al-Hussein, membro do comitê executivo da Fifa, também estão concorrendo.

“Tenho a força, a energia e o desejo de chegar ao final. E vou com esse pensamento até o último dia. Não sei o que vai ocorrer com o resto dos candidatos”, afirmou o ex-jogador ao ser questionado por uma possível aliança com outros adversários.

“É importante que exista o debate e que surjam novas ideias. Independentemente do vencedor do próximo dia 29 de maio, o que todos queremos é beneficiar no final o futebol e a Fifa”, declarou.

O português, “um candidato independente”, se definiu como “uma pessoa do futebol” e acredita que “após toda uma vida dedicada a esse esporte é o momento de devolver algo”.

“O manifesto que elaboramos é conciso, com ideias claras e beneficentes para a estrutura da Fifa, tanto para o presente como para o futuro da organização”, afirmou.

Ao ser questionado sobre o apoio de seu compatriota José Mourinho e de seu antigo companheiro de Real Madrid, David Beckham, o português agradeceu a confiança, já que ambos “são pessoas com muita credibilidade”.

“José e David estão fazendo história no futebol e têm muita credibilidade. No entanto, eles não votam nem decidem, mas agradeço a confiança. Me conhecem como pessoa e isso é o mais importante”, ressaltou. EFE

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