Fifa se torna alvo de nova investigação na Europa

  • Por Estadão Conteúdo
  • 16/02/2017 13h52
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EL10 ZÚRICH (SUIZA) 14/10/2016.- El presidente de la FIFA, Gianni Infantino, ofrece una rueda de prensa durante la reunión del Consejo de la FIFA en su sede en Zúrich (Suiza) hoy, 14 de octubre de 2016. EFE/Ennio Leanza EFE/Ennio Leanza Gianni Infantinom

Um ano depois de tomar posse no cargo máximo do futebol, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, não consegue tirar a entidade do foco de investigações. Agora foi o Conselho da Europa que anunciou a abertura de investigações sobre a entidade, sob a suspeita de que as promessas de reforma no esporte mais popular do planeta não ocorreram e que violações continuam a ser cometidas pela cúpula da Fifa.

O Conselho da Europa indicou que vai examinar se a Fifa está aderindo às boas práticas de administração e regras de boas condutas. Em fevereiro de 2016, ao assumir a presidência da entidade, Infantino deixou claro que o período de crises tinha “terminado” e que ele iria virar a página na história da Fifa, marcada pela prisão de cartolas em 2015. 

Mas, para uma das representantes do Conselho da Europa, Anne Brasseur, essa reforma foi lenta e Infantino não fez um esforço suficiente para limpar a Fifa do escândalo que eclodiu com a prisão dos dirigentes em investigação liderada pelo FBI. Brasseur foi, até o ano passado, presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e ocupou o cargo de ministra dos Esportes de Luxemburgo. Hoje, ela preside o Comitê de Esportes do Conselho da Europa.

Criado depois da Segunda Guerra Mundial, o Conselho da Europa conta com 47 países e é tido como a principal organização no que se refere aos direitos humanos no continente. 

Em entrevista à imprensa suíça, Brasseur indicou que a nova gestão da Fifa esvaziou o seu comitê de ética e ameaçou quem delatar problemas internos. “Sob a nova gestão, eu não vejo reformas”, disse. “Se alguém quer revelar algum problema, ele corre o risco de ser demitido. Isso não contribui com a credibilidade”, afirmou Brasseur. 

A Fifa se defende, alegando que as demissões que ocorreram nos últimos meses fazem parte de uma reestruturação “natural” diante da chegada de uma nova administração. Dois advogados ainda foram contratados para tentar acalmar internamente um clima de tensão entre parte dos funcionários e que, no final de 2016, dava sinais de sair do controle. 

Para Brasseur, ainda assim, o ritmo das reformas é “muito preocupante”. Um dos pontos que ela promete examinar é a decisão de Infantino de introduzir uma modificação no estatuto permitindo que a cúpula da Fifa possa demitir o auditor independente da entidade e mesmo membros do comitê de ética. 

Assim que a decisão foi tomada, em maio, o então auditor independente, Domenico Scala, pediu sua demissão, abrindo uma crise. Infantino também havia criticado o salário que iria receber como presidente, classificando o valor de “insultante”. Por ano, ele recebe R$ 4,5 milhões. 

Mas os problemas de Infantino não acabaram com a redução da independência dos órgãos de controle. A imprensa europeia revelou que ele tem usado jatos de empresários e mesmo de políticos russos em alguns de suas viagens, no que é visto por alguns membros da entidade como um conflito de interesse. 

Os investigadores da Fifa chegaram a inocentar Infantino de qualquer irregularidade. Mas, segundo a emissora suíça SRF, ele teria voltado a pegar carona em um jato privado do ex-ministro dos Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, no final de 2016.

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