Fifa vê “progressos” em condições trabalhistas no Catar

  • Por Agencia EFE
  • 25/02/2015 12h31

Doha, 25 fev (EFE).- O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, afirmou nesta quarta-feira que o Catar “está fazendo progressos” nas condições trabalhistas, que foram alvo de duras críticas de ONGs e organismos internacionais.

“Não sou especialista nesses temas, mas estando aqui pude ver que estão fazendo progressos, principalmente com as normas estabelecidas pelo Comitê Supremo da Copa de 2022 em relação a infraestruturas”, disse Valcke.

Em entrevista coletiva em Doha, o representante da Fifa reconheceu que esse é um tema complexo e que é fundamental que as autoridades do país continuem a evoluir nas causas trabalhistas.

A meta é garantir que “as medidas iniciadas sobre as normas de bem-estar se apliquem a todos os trabalhadores no Catar e não se limitem aos projetos da Copa do Mundo”, disse Valcke.

“Sabemos que a realização de uma Copa do Mundo de futebol pode mudar as coisas, este é um assunto que será prioridade em nossa agenda”, acrescentou.

Com esses comentários, o secretário-geral do Comitê Supremo da Copa de 2022, Hassan al Zauadi, enfatizou que “a Copa do Mundo está servindo como catalisador”.

“O progresso no local está sendo visto, principalmente nas normas que estamos implementando”, ressaltou.

As declarações foram feitas em meio à primeira reunião dos conselhos executivos do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2022 e a Fifa, realizada nesta quarta-feira no Catar.

No dia 16 de dezembro de 2014, o comitê organizador garantiu que melhorou nos últimos meses o alojamento dos trabalhadores encarregados da construção das instalações do evento.

A Anistia Internacional alertou diversas vezes sobre os abusos aos quais são submetidos os trabalhadores no setor de construção no Catar, como as excessivas horas de trabalho, as precárias condições de vida e o atraso de salários.

Relator da ONU para os direitos humanos dos migrantes, François Crépeau alertou em novembro que alguns trabalhadores estrangeiros no Catar vivem em condições que descumprem a legislação vigente e sofrem uma situação laboral abusiva.

O Catar tem a maior proporção de trabalhadores estrangeiros do mundo, já que aproximadamente 88% de sua população total é composta por imigrantes que trabalham principalmente nos setores de construção, serviços e como empregados domésticos. EFE

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