Figo diz que processos contra Platini não atrapalham candidatura de Infantino

  • Por Agência EFE
  • 15/12/2015 10h08
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Facebook/Reprodução Ex-candidato à presidência da FIFA

O ex-jogador português Luís Figo afirmou em entrevista à Agência Efe que a investigação contra o presidente da Uefa, o francês Michel Platini, não irá atrapalhar a candidatura do ítalo-suíço Gianni Infantino, secretário-geral da entidade continental, a quem já declarou apoio.

Com passagens por clubes como Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão, o antigo meia-atacante falou sobre a conjuntura política no futebol mundial, sobre a Copa do Mundo de 2022, no Catar, e também sobre o interesse em se tornar dirigente no futuro.

Agência Efe: A investigação contra Michel Platini, por supostos pagamentos feitos pela Fifa, afeta a candidatura do braço direito do presidente da Uefa, Gianni Infantino?.

Luís Figo: Não vejo que isso possa acontecer. Todo mundo conhece o trajeto de trabalho e rigor de Infantino. Ele vive do trabalho e veio tendo desempenho brilhante nas funções que já ocupou.

E: Por que você decidiu apoiar Infantino?.

F: Porque é um trabalhador incansável e porque é apaixonado pelo futebol. Ele centrará suas ações em torno do futebol e não ao redor de manobras sigilosas, que têm como meta perpetuar quem está no poder.

E: Você retirou a candidatura para ser presidente da Fifa em maio do ano passado e viveu um episódio complicado na Concacaf (durante congresso da entidade, no mês anterior). O que lembra disso?

F: Não me deixaram falar, dando a palavra apenas ao presidente Joseph Blater. Acabaram organizando uma espécie de ato de apoio. Ouvi presidentes de federações compará-lo com Jesus Cristo e Maomé.

E: Por que descartou uma nova candidatura? Não seria melhor um ex-jogador como presidente da Fifa?

F: Me sinto bem apoiando Gianni Infantino. Ele dará a palavra aos jogadores. Sobre não apresentar candidatura, a experiência do passado me mostrou que, sem os devidos apoios, é muito difícil conseguir os objetivos que temos.

E: Independente de quem dirija a Fifa, quais os maiores desafios?

R: É preciso dotar à organização de mecanismos que permitem lutar contra a corrupção e a falta de democracia. É preciso desenvolver o futebol. Integramos os esporte mais popular do mundo, mas não devemos nos sentar sobre esse estatuto.

E: Você participará de um jogo para promover o futebol no Kuwait. Considera que é uma boa ideia uma Copa do Mundo no país vizinho Catar, apesar das suspeitas de corrupção e do calor?

R. O futebol deve chegar a todos os cantos do mundo e as nações do Oriente Médio já demonstraram que o adoram. Certamente, é preciso proteger os jogadores e ao jogo em si. No verão, há temperaturas elevadíssimas, mas no inverno, o clima é agradável. Vamos provar isso nesta partida de exibição. Sobre a escolha do Catar para a Copa do Mundo de 2022, que sejam divulgados todos os relatórios e investigações. Se não provarem que houve irregularidades, é preciso nos concentrarmos para garantir que seja uma competição bem-sucedida.

E: Gostaria de ocupar um cargo como dirigente no Sporting, na Federação Portuguesa ou na Liga de Clubes de Portugal?

F: Não escondo que ser diretor me atrai mais do que ser técnico. Tenho experiência de gestão, tanto nas minhas empresas, como em minha fundação. Tenho, além disso, noções sobre direção esportiva pelos cargos que tive na Inter de Milão, como embaixador da seleção portuguesa e, inclusive, candidato à presidência da Fifa. Vamos ver o que nos reserva o futuro, mas não fecho, efetivamente, as portas para ocupar um cargo como dirigente, sempre e quando o projeto for interessante. 

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