Filial de multinacional francesa é denunciada por irregularidades no Catar

  • Por Agencia EFE
  • 24/03/2015 11h13
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Reprodução Copa do Mundo de 2022 tem sido envolvida em muitas polêmicas

A QDVC, filial da multinacional francesa Vinci no Catar está sendo acusada de promover “trabalhos forçados” e manter regime de “escravidão” nas obras para a Copa do Mundo de 2022, segundo denúncia apresentada na França pela ONG Sherpa.

O grupo de ativistas de direitos humanos anunciou nesta terça-feira que a documentação foi encaminhada à Promotoria de Nanterre, nos arredores de Paris, onde a companhia mantém sua sede social.

Na denúncia, elaborada a partir de uma missão de analistas da ONG no Catar, se descreve o “uso de diversas ameaças para obrigar uma população vulnerável de condições de trabalho, com moradia indigna e remuneração irrisória”.

Os abusos cometidos pela QDVC estariam acontecendo em obras de infraestrutura, que o emirado realiza visando a disputa da Copa do Mundo. A organização não-governamental garante que as condições de trabalho são desumanas e ferem as leis internacionais, apontando ainda que frequentes acidentes e mortes estão acontecendo.

Segundo a denúncia, a companhia obriga que os trabalhadores entreguem seus passaportes, e os ameaça quando há cobrança por melhores condições de trabalho ou moradia.

Esta é a primeira vez que uma multinacional francesa é denunciada por abusos trabalhistas relativos ao Mundial do Catar, onde a Vinci mantem contratos de “vários milhões de euros”, conforme aponta o documento da ONG.

Em declarações ao jornal “Le Parisien”, o CEO da QDVC, Yanick Garillon, negou as acusações, garantindo que não houve registro de acidente com morte e que todas as leis estão sendo cumpridas. Apesar disso, o representante da empresa admitiu, no entanto, que um operário contratado por firma terceizada morreu em 5 de janeiro deste ano.

Ao mesmo veículo de comunicação, a embaixada do Catar em Paris afirma que aumentaram o número de inspeções trabalhistas nas obras para a Copa.

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