“Fim” trágico e confiança de Dunga: Felipe Melo merece nova chance na Seleção?
O técnico Dunga, ao ser perguntado nesta terça-feira (01) sobre a possibilidade de convocar o meia Paulo Henrique Ganso, respondeu que há outros jogadores na frente do são-paulino e citou um velho conhecido seu. “Já o Felipe Melo está num bom momento na Inter de Milão. Sair da Turquia deu a ele uma motivação nova”, disse o treinador.
Agora vem a pergunta: será que o volante merece uma segunda chance na Seleção Brasileira? Para responder a essa pergunta, o Jovem Pan Online relembra como foi a passagem do jogador pela Seleção.
Bom desempenho e ascensão rápida
Felipe Melo foi convocado para defender o Brasil contra a Itália em 10 de fevereiro de 2009, em amistoso. Como sua atuação agradou, o volante garantiu vaga para jogar as Eliminatórias. Quando chegou a Copa das Confederações, no meio do ano, já era titular absoluto. O estilo de jogo lembrava bastante o do próprio Dunga: muita garra e dedicação, marcação firme e certa qualidade com a bola nos pés. Essa identificação pode ter ajudado o volante a cavar seu espaço, mas não exclui o fato de que suas atuações foram consistentes.
Por mais que fosse inquestionável por parte de Dunga, Felipe Melo ainda era alvo de críticas de parte da torcida brasileira. Para ela, o camisa 5 era excessivamente defensivo e violento (algo que se provou verdade na partida mais importante dele na Seleção). Os números jogavam a seu favor: na primeira fase da Copa do Mundo de 2010, o volante foi o jogador com maior porcentagem de acerto de passes (97%). Isso numa competição que contava com craques como Sneijder, Xavi, Iniesta, Messi, Ozil etc.
A velocidade terrível da queda
No entanto, não dá para falar da passagem de Felipe Melo pela Seleção Brasileira sem lembrar de seu jogo mais marcante por ela. E foi uma marca negativa: ele é apontado como um dos principais culpados pela eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, diante da Holanda.
O volante até começou bem, descolando um passe perfeito para Robinho abrir o placar.
Mas, depois, Felipe Melo trombou com Júlio César no gol de empate holandês.
E, para completar, quando o jogo já estava 2 a 1 para a Holanda, ele deu esta pisada inexplicável em Robben e foi expulso, praticamente acabando com as chances de reação da já abatida Seleção Brasileira.
A queda foi mais rápida que a ascensão. Depois daquela partida, Felipe Melo nunca mais vestiu a camisa amarela. Pelo menos até agora.
A improvável recuperação
Para completar a má fase, Felipe Melo também teve dificuldades na Juventus, para onde havia se transferido após se destacar com a Seleção. No time italiano, jogou por apenas uma temporada (2009-2010), não agradou e foi emprestado ao Galatasaray. Porém, quando parecia que a carreira do volante entraria em decadência, ele redescobriu seu futebol na Turquia.
No Galatasaray, o camisa 5 do Brasil assumiu a 10 e se tornou o dono do meio de campo. Foi campeão turco em duas oportunidades e também faturou uma Supercopa da Turquia. Ao todo, foram quatro anos defendendo os Leões, os quais lhe valeram a volta para a Itália. A Inter de Milão resolveu pagar 3,5 milhões de euros pelo passe do hoje experiente atleta de 32 anos.
A idade, aliás, é um dos problemas que Felipe Melo enfrentará para voltar à Seleção Brasileira. É improvável que ele dispute a Copa do Mundo de 2018, quando terá 35 anos. Além disso, ele teria de enfrentar a rejeição de parte da torcida e da imprensa contra volantes excessivamente defensivos, como Luiz Gustavo já tem enfrentado. Jogadores mais novos e mais versáteis parecem ter a preferência, como Elias, Renato Augusto e Fernandinho. No entanto, Felipe tem a simpatia do técnico Dunga, o que já é um bom trunfo.
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