Flamengo diz que não jogará no Maracanã se “entidades hostis” assumirem o estádio

  • Por Estadão Conteúdo
  • 20/12/2016 16h15
Rio de Janeiro - A seleção masculina de futebol do Braisl enfrenta a Alemanha pela medalha de Ouro nas Olimpíadas Rio 2016 (Fernando Frazão/Agência Brasil) Fernando Frazão/Agência Brasil Depois de ser palco do futebol nas Olimpíadas

O Flamengo voltou a se manifestar nesta terça-feira sobre a indefinição do destino do Maracanã, que segue sobre administração da Odebrecht. Como em outras oportunidades, o clube cobrou uma posição do governo do Estado do Rio e da federação de futebol local e foi incisivo ao atacar a possibilidade de a parceria entre as empresas Lagardère e BWA, batizada de LU Arenas, assumir o controle do estádio.

Líder do Consórcio Maracanã, a Odebrecht venceu a concorrência em 2012 e assumiu a administração do estádio por 35 anos. Envolvida em crises política e econômica, no entanto, a empresa não tem interesse de continuar o contrato. O Flamengo, então, passou a posicionar-se fortemente a favor da abertura de uma nova licitação, mas vê está alternativa ameaçada com a possibilidade de a Odebrecht repassar a concessão para a LU Arenas.

“No edital de concessão entre Governo e Odebrecht ainda válido, está claro que o concessionário precisa ter contrato assinado com dois clubes para ser válido. Neste momento, apenas o Fluminense Football Club detém contrato de longo prazo, já que o vínculo com o Flamengo encerra-se no dia 31 deste mês. É válido destacar também que a Lagardère e a BWA não possuem capacidade de cumprir o item do edital que trata do capital mínimo exigido do concessionário”, garante o Flamengo.

A LU Arenas estaria disposta a desembolsar R$ 50 milhões à Odebrecht para assumir a administração do Maracanã. O Flamengo, por sua vez, já se mostrou veementemente contrário a esta possibilidade. O clube revelou ter sido procurado pela Lagardère e criticou os termos oferecidos pela empresa para uma possível parceria, para que a equipe continuasse atuando no estádio.

“Assim que iniciaram as especulações sobre o destino do Maracanã, a Lagardère procurou o Flamengo para negociar uma possível parceria. No entanto, ao perceber que o Flamengo fazia questão de ter controle sobre as arrecadações dos jogos de futebol e sobre seu programa de sócio-torcedor, iniciou tratativas paralelas totalmente à nossa revelia, com o objetivo de assumir a concessão do estádio e de forçar a contratação do Flamengo, certamente em condições lesivas aos nossos interesses”, disse.

Por isso, o time rubro-negro ameaçou não atuar mais no Maracanã caso a LU Arenas de fato assuma a concessão. “O Flamengo reitera que não jogará no Maracanã caso o estádio venha a ser gerido por entidades hostis ao clube e incompatíveis com nossos princípios. Como informado anteriormente, o Flamengo acredita que uma nova licitação é o melhor caminho para a gestão do Maracanã, embora admita a hipótese de firmar uma parceria com os novos concessionários no caso de transferência, caso a negociação se dê com empresas idôneas e num processo transparente e republicano.”

Uma alternativa para o futuro do Maracanã é um grupo liderado pelo próprio Flamengo assumir a administração do estádio. O clube carioca já criou um grupo com a britânica CSM, a francesa GL Eventos e a holandesa Amsterdam Arena, mas, para isso, seria necessária a realização de uma nova licitação. Caso contrário, os dirigentes rubro-negros ameaçam levar as partidas da equipe para o Luso Brasileiro e outros estádios do Brasil.

“Caso estes aspectos fundamentais não sejam atendidos, o Flamengo não jogará no Maracanã. A partir de 2017, teremos à disposição o estádio em parceria com a Portuguesa da Ilha e todas as arenas Brasil afora que tão bem têm nos recebido. Lá poderemos mandar as nossas partidas em todas as competições, até que consigamos uma solução definitiva no Rio de Janeiro à altura da grandeza do clube e de sua torcida”.

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