Fórmula 1 terá menos motores, carros mais pesados e novas punições a pilotos

  • Por Agência EFE
  • 11/03/2015 16h35 - Atualizado em 06/11/2017 11h39
EFE Lewis Hamilton ultrapassa Nico Rosberg já na largada do GP de Abu Dhabi de Fórmula 1

A temporada de 2015 da Fórmula começará neste fim de semana em Melbourne sem uma “revolução” no regulamento como a ocorrida em 2014, mas com algumas mudanças que podem interferir no andamento do campeonato, entre as quais se destacam a redução do número de motores disponíveis, o aumento do peso mínimo dos carros e a inclusão de novas punições.

As mudanças regulamentares da nova temporada afetam principalmente os motores. As equipes cujos carros estão equipados com motores Ferrari e Renault, que não obtiveram sucesso no ano passado com os novos propulsores híbridos com cilindrada máxima de 1,6 litro, pressionaram para tentar melhorá-los e se aproximar aos bólidos com unidade de potência da Mercedes, que dominaram o campeonato no último ano.

Uma brecha no regulamento fez com que a FIA autorizasse saltar a legislação vigente de congelamento do desenvolvimento dos motores para permitir a introdução de uma série de mudanças que lhes permita se aproximar da poderosa construtora alemã.

Os novos motores deveriam ter sido homologados antes do último dia 28, data a partir da qual já não poderiam passar por melhorias até o final da temporada. No entanto, a nova legislação já não aponta uma data limite de homologação. Assim, Ferrari e Renault, por exemplo, têm mais tempo para evoluir.

As alterações precisam obedecer a dois aspectos, não pode haver mais de 32 mudanças parciais, em níveis pré-determinados, nem mais que quatro trocas completas das unidades de potência. Portanto, as penalizações passam a ser acumulativas em função dos componentes substituídos. Quem superar esses números terá que largar do final do grid, e não mais dos boxes.

O Kers como era conhecido até 2014 saiu de cena na Fórmula 1. Ele foi substituído por um novo sistema de recuperação de energia chamado MGU, baseado em dois motores que trabalham em conjunto e que têm o dobro de potência em relação ao modelo antigo (120 kW contra 60kW).

O primeiro desses motores é o MGU-K, que converte a energia cinética gerada pela frenagem em eletricidade. Esta, por sua vez, fica armazenada para ser usada esporadicamente. O outro é o MGU-H, que transforma gases de exaustão em energia elétrica.

Outra novidade é o peso mínimo dos carros, que aumentou de 701 para 702 quilos com o tanque de combustível vazio. Além disso, em 2015, estão proibidos os sistemas de interconexão entre as suspensões dianteira e traseira. Estas têm que estar desenhadas de tal forma que qualquer mudança em seu rendimento seja fruto do resultado da carga que aplicada diretamente sobre elas. Tal estrutura era usada para manter uma altura constante do carro em curvas e freadas e, assim, aumentar a estabilidade do carro.

Como consequência do grave acidente sofrido pelo francês Jules Bianchi durante o Grande Prêmio do Japão de 2014, foi aumentada a altura dos painéis que rodeiam a célula de sobrevivência do cockpit, que devem estar à altura da cabeça do piloto.

Se após o sinal de 15 segundos permanecerem no grid mecânicos ou parte da equipe, o piloto envolvido terá que largar do pit lane e ainda cumprir uma punição de dez segundos parado nos boxes.

Além disso, foi esclarecido o sistema de eliminação durante os treinos de classificação. Se o grid tiver 22 pilotos, seis serão eliminados no Q1 e seis no Q2. Se forem 20, serão cinco eliminados em cada etapa.

Nesta temporada, se um piloto for penalizado com a perda de posições na largada e terminar o treino em uma colocação que impeça a aplicação completa da punição, o restante dela será revertido em forma de tempo sobre o acumulado na corrida.

Quanto aos bicos dos carros, neste ano, eles serão mais baixos, e a pontuação dobrada na última corrida, como aconteceu no GP de Abu Dhabi do ano passado, foi cancelada.

Ainda como consequência do acidente de Bianchi, e para evitar que uma prova de longa duração possa levá-la a ser disputada com pouca luz natural, o começo de cinco GPs foi adiantado – Austrália, Malásia, China, Japão e Rússia.

A batida do francês também forçou a introdução do chamado carro de segurança virtual (VSC), o que obrigará os pilotos a reduzirem a velocidade. Um sinal aparecerá na tela do volante de cada um deles. O VSC será aplicado em situações de potencial perigo para pilotos e oficiais em situações na qual o safety car não puder entrar na pista. O primeiro sinal para seu uso será uma dupla bandeira amarela.

Quanto aos casos nos quais o carro de segurança intervir, este poderá voltar para os boxes assim que o último carro com volta atrás passar pelo líder. Não será mais necessário que todos estejam alinhados.

Uma medida aplicada pela FIA que gerou bastante polêmica tem relação com os capacetes dos pilotos, que deverão ter apenas um desenho para todo o ano. Segundo a entidade, a regra é importante para gerar maior identificação dos pilotos.

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