Futebol e Melodia: das clássicas aos pagodes, as canções que embalaram a Seleção
A música e o futebol são duas grandes paixões nacionais. Se hoje a Seleção Brasileira não desperta grandes amores nos torcedores pelo país, em outros momentos o escrete verde e amarelo era inspiração até mesmo para canções que ficaram imortalizadas na história do Brasil. Alguns desses sucessos a Rádio Jovem Pan relembra no quarto episódio da série “Futebol e Melodia”, produzida por André Ranieri.
Uma das músicas mais marcantes na história da Seleção é “A taça do mundo é nossa”, composta pelos publicitários Wagner Maugeri, Lauro Müller, Maugeri Sobrinho e Victor Dagô em 1958, foi feita para comemorar a conquista da primeira Copa do Mundo do Brasil e ficou eternizada na voz do grupo Titulares do Ritmo.
Presente na conquista brasileira na Copa do Suécia, Pepe, ídolo do Santos, relembra a recepção que a Seleção teve no Brasil na época: “a gente tinha notícias, as vezes chegavam uns jornais do Brasil lá, mas a gente não imaginava que estivesse um burburinho incrível no Brasil. Eu, o Pelé e o Zito, que éramos os jogadores do Santos, tivemos uma recepção incrível na cidade”, recordou Pepe.
Talvez a música mais marcante feita para a Seleção seja “Pra frente Brasil”, canção composta por Miguel Gustavo e que virou um hino para todos os brasileiros na Copa de 1970. Na ocasião, o Brasil conquistou o tricampeonato mundial no México derrotando na final a Itália por 4 a 1. A música fez parte de uma série de medidas ufanistas feitas pelo governo militar que na época comandava o Brasil.
“‘Pra frente Brasil’ foi uma encomenda. Um jingle feito por uma dos melhores profissionais na época. Ele acertou em cheio na melodia, na letra, na canção, como aquele time no futebol acertou em cheio como o melhor Brasil de todas as épocas, pra não dizer a melhor seleção de todos os tempos. ‘Pra frente Brasil’ virou desgosto para Miguel Gustavo porque a música acabou usada pela ditadura militar para outro serviço. Mas é inegável que aquele time maravilhoso do Zagallo foi também embalado por uma música sensacional”, relembrou o jornalista da Jovem Pan, Mauro Beting.
Diferente de outras melodias que exaltavam o escrete canarinho, a música ‘Camisa 10’, gravada pelo cantor Luiz Américo, era uma critica a Seleção Brasileira que iria disputar a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Depois da aposentadoria de Pelé, em 1971, o Brasil havia perdido importantes nomes como Tostão, Gerson, ainda corria atrás de um novo camisa 10. O time contava com grandes nomes como Leão no gol, Luís Pereira na zaga, Rivellino no meio campo e Jairzinho no ataque, e acabou na quarta posição.
Quem vestiu a camisa 10, cantada por Luiz Américo, naquele mundial foi Rivellino, que em entrevista à Jovem Pan destacou que a Seleção Brasileira fez boa campanha em 74 e ficou atrás de grandes equipes: “fomos longe. Quarto lugar foi honroso por tudo que aconteceu na Seleção. E tinham outras seleções fantásticas. A Holanda encantou o mundo, a Polônia jogava um futebol maravilhoso, e Alemanha com Beckenbauer, Sepp Maier, Muller, Breitner”, afirmou o ex-jogador.
Na última conquista da Seleção Brasileira, em 2002, nenhuma música foi criada para o time de Felipão, mas duas canções embalaram Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho. “A Festa”, cantada por Ivete Sangalo, e “Deixa a vida me levar”, de Zeca Pagodinho. Figura carimbada na conquista do penta, o ex-volante Vampeta relembrou as canções que empurraram a Seleção na Coreia e no Japão.
“A cada jogo, principalmente deixa a vida me levar, a cada jogo que a gente passava, pensávamos ‘deixa a vida me levar’ pra ver até onde vamos, e chegamos ao título. A música mais cantada por nós jogadores, Ronaldinho Gaúcho, Edilson, Gilberto Silva, a galera do fundo que puxava, era essa”, recordou Vampeta.
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