Após ameaça de exclusão por intervenção do governo, Fifa confirma Espanha na Copa
A Fifa coloca um fim à polêmica sobre a participação da Espanha na Copa do Mundo, que começa em junho, e estima que não houve uma interferência do estado espanhol no esporte. Vivendo sua pior crise em décadas, a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) viu seu presidente ser preso e acabou sendo obrigada a realizar novas eleições.
A crise de corrupção no futebol espanhol abriu um problema institucional. Pelas regras da Fifa, a intervenção de um estado em uma entidade esportiva pode conduzir à exclusão do país das competições, inclusive em uma Copa do Mundo.
Diante da prisão do ex-presidente da RFEF, Angel Maria Villar, o Conselho Superior dos Esportes o suspendeu de suas funções no dia 22 de dezembro e obrigou a realização de eleições. Mas, nos últimos dias de 2017, a Fifa enviou uma carta para o governo, alertando que existia o risco de uma exclusão da seleção campeã mundial de 2010 se ficasse provado uma intervenção política do estado.
O alerta gerou uma forte tensão, inclusive entre o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e sua secretária-geral, Fatma Samoura, autora da ameaça. Infantino há meses estava tentando encontrar um argumento para afastar Villar, um dos últimos remanescentes de Era Blatter na entidade máxima do futebol mundial.
Nesta segunda-feira, Fatma Samoura viajou até Madri e aceitou os argumentos do governo espanhol. O porta-voz do Executivo, Íñigo Méndez de Vigo, explicou que não houve uma intervenção. Mas sim uma operação do Judiciário, baseado em evidências e investigação, levando à queda de Villar.
Ainda que a presença da seleção esteja garantida, não há ainda um entendimento se a nova eleição será apenas sobre o cargo da presidência, ou se toda a assembleia que forma a entidade esportiva terá de passar por uma renovação.
No caso que resultou na prisão de Villar, sete outros presidentes de federações locais de futebol foram também indiciados. O ex-cartola e ex-vice-presidente da Uefa e da Fifa foi acusado de ter usado amistosos da seleção para desviar recursos por meio de falsos contratos.
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