Volante-armador? Entenda por que Arthur é raro no Brasil e ideal para o Barça

  • Por Jovem Pan
  • 30/11/2017 15h54 - Atualizado em 30/11/2017 15h56
Leonidas Cardoso/Estadão Conteúdo Arthur, Grêmio Arthur, 21 anos, é a maior revelação do futebol brasileiro em 2017

Arthur está longe de ser apenas a revelação do futebol brasileiro em 2017. O pequenino volante de 1,72m, destaque do Grêmio tricampeão da Libertadores, é um tipo de jogador raro no País. Meia pensante, que arma o jogo de trás, o goiano de 21 anos faz o que quase ninguém faz no Brasil e desempenha função semelhante à de grandes nomes da Europa. Quem explica tudo é o comentarista Bruno Prado, da Rádio Jovem Pan.

“O Arthur é um cara que faz uma função que ficou muito rara no futebol brasileiro nos últimos anos. Ele é um jogador de meio-campo que marca, rouba bola, e que sabe ditar o ritmo do jogo. O Arthur acelera no momento correto e sabe segurar a bola quando precisa. Não dá para defini-lo como um volante ou como um meia. Ele é um cara que faz todas as funções de meio de campo”.

Segundo Bruno, quase nenhum jogador brasileiro se assemelha a Arthur na atualidade. “Nos últimos anos, o Brasil dividiu as funções de meio de campo. Tem o primeiro volante, que marca, que destrói, e o segundo volante, que tem sido o cara da infiltração, como, por exemplo, o Paulinho, o Elias, o Ramires… O Arthur, ao contrário desses jogadores, é um armador que vem lá de trás”.

Esse conceito de “armar o jogo de trás”, de acordo com o comentarista da Rádio Jovem Pan, ainda não é tão entendido no Brasil. “A gente tem muito a figura do camisa 10 como o armador do time. Mas, normalmente, o camisa 10 joga em uma parte do campo que tem muita gente. Então, ele não é exatamente o cara que dita o ritmo do time. Isso começa um pouquinho mais atrás”.

Exemplos de “volantes-armadores” no mundo não faltam. “O Brasil não tinha um jogador com as características de um Modric, Toni Kroos, Iniesta, Xavi, Schweinsteiger… E o Arthur cabe bem nesse estilo. Então, para mim, é um cara que tem tudo para jogar em um grande clube da Europa e também na Seleção Brasileira. Eu, inclusive, pensaria muito em levá-lo para a Copa do Mundo da Rússia. O Tite tem o Renato Augusto mais ou menos com essas características e mais ninguém”.

Perfeito para o Barcelona?

A atuação de Arthur na final da Libertadores chamou a atenção da imprensa espanhola, que já aponta o jogador do Grêmio como potencial reforço do Barcelona. Para o comentarista Mauro Beting, da Rádio Jovem, esse seria um casamento perfeito.

“O Arthur é um ‘Iniestinha’. Não quero dizer que ele vai ser o novo Iniesta, mas as características… Se me perguntarem: com quem parece o Arthur? ‘Parece o Iniesta jogando’… É o cara que nasceu na Catalunha de Goiás, porque não é possível… Tem tudo a ver com o estilo do Barcelona!”.

Para tirar Arthur do Grêmio, o Barcelona teria de desembolsar 50 milhões de euros (R$ 194,1 milhões), valor da multa rescisória. O clube gaúcho ficaria com 60% dessa quantia, e os outros 40% seriam divididos entre o próprio atleta e um investidor.

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