Cafu critica Brasil de 2018 por depender de Neymar e falta de mentalidade campeã

  • Por Jovem Pan
  • 28/02/2020 12h44
Reprodução/Instagram/Cafu Cafu ao lado de Neymar em 2018, ano da Copa do Mundo realizada na Rússia

A menos de um mês para a estreia da seleção nas Eliminatórias da Copa de 2022, o Brasil tem todas as condições de chegar ao próximo Mundial, no Catar, como favorito ao título. Esta é a avaliação do pentacampeão Cafu, que faz, no entanto, uma ressalva em seu otimismo. “A seleção precisa ter mentalidade de campeão.”

“Se eu falar que chegará como favorito, acho que você não vai acreditar. Sou muito otimista, principalmente em termos de seleção brasileira. Temos uma nata de jogadores muito boa. Se juntar a sub-17 com a sub-23, que foram campeões, temos um excelente elenco. Ainda não temos um ótimo time, que é aquele que é campeão”, disse, em entrevista ao “Estado.”

“Juntando esses meninos com a experiência de jogadores que já estiveram em Copa do Mundo, Copa América e Olimpíada, temos uma seleção extremamente competitiva. Se nós mudarmos nossa mentalidade e colocar na nossa cabeça que temos condições de sermos campeões, acho que o Brasil vai fazer uma grande Copa em 2022”, continuou.

“Em Berlim, por ocasião do prêmio Laureus, Cafu afirmou que faltou este tipo de mentalidade no Mundial de 2018, realizado na Rússia. Na ocasião, a seleção verde e amarela caiu para a Bélgica nas quartas de final de torneio.

“Não, basta ver a maneira como o Brasil jogou… Jogávamos em função de um único jogador (Neymar). Hoje, não é mais assim. Hoje, jogamos como seleção. Existem outros jogadores que podem suprir essa função (de líder), que podem jogar como seleção brasileira e que podem dividir a responsabilidade dentro de campo. Acho que era isso que estava faltando. De repente, caímos numa zona de conforto em acreditar que um único jogador iria resolver a partida e para a gente isso estava bom”, analisou.

“Na nossa época, era diferente. Sabíamos que cada um tinha de fazer melhor aquilo que sabia fazer. Eu tinha de ser o melhor lateral-direito, o Roberto Carlos, o esquerdo. O Lúcio, o Juan e o Edmilson buscavam ser os melhores zagueiros. O Kleberson e o Gilberto Silva foram de extrema importância. E eram jogadores pouco falados na imprensa. Mas eles fizeram melhor aquilo que sabiam fazer. Os dois da frente (Ronaldo e Rivaldo) jogavam por música. Essa mentalidade que talvez tenha faltado para a seleção em 2018”, completou.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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