Caso Daniel: relembre o assassinato do jogador e o envolvimento da família Brittes

  • Por Jovem Pan
  • 07/08/2019 17h05
Facebook/Reprodução Edson e Cristiana Brittes, presos por envolvimento na morte do atleta

Allana Brittes deixou a penitenciária Estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, na tarde desta quarta-feira (7), após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder habeas corpus na última terça (6). A jovem de 18 anos é acusada de coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor no caso do assassinato do ex-jogador Daniel Corrêa, em outubro de 2018.

A Sexta Turma do STJ substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares, como o comparecimento periódico em juízo para informar e justificar suas atividades, proibição de acesso a determinados lugares e proibição de manter contato com os demais réus do processo. Ela também não poderá deixar a cidade.

Em março, informou o STJ, o relator do caso, ministro Sebastião Reis Júnior, negou uma liminar e manteve a prisão da jovem, já que, segundo o ministro, na ocasião não foi possível comprovar flagrante ilegalidade que justificasse o deferimento da liminar.

Relembre detalhes do Caso Daniel

Daniel chegou em Curitiba no dia 26 de novembro. Naquela noite, foi à balada Shed, onde acontecia o aniversário de 18 anos de Allana Brittes. Os dois se conheciam desde 2017, quando o jogador atuou pelo Coritiba. Depois da festa, o atleta foi para a casa de Allana, onde alguns convidados fizeram uma “after party”. O meia foi até lá em um Uber, acompanhado por duas pessoas.

Em determinado momento, as pessoas perderam Daniel de vista. Mais tarde, ele foi encontrado no quarto da mãe de Allana, Cristiana. Segundo as investigações, o pai, Edson Brittes Junior, ficou furioso e agrediu Daniel até deixá-lo inconsciente. Depois o colocou em um carro para levá-lo até uma plantação de pinus em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

O corpo de Daniel foi encontrado sem pênis, com a cabeça quase degolada e com alto índice de álcool no sangue. No mesmo dia amigos, encontraram o corpo no IML. Eles não puderam fazer o reconhecimento, pois só parentes têm autorização para isso, mas viram uma foto e identificaram o jogador. No domingo (28), um parente fez o reconhecimento oficial. E então começaram as apurações do caso.

Confissão

Edison Brittes Junior confessou o assassinato de Daniel no dia 31 de outubro e foi preso, junto com a filha Allana e a esposa Cristiana. Edison declarou que viu Daniel tentando estuprar Cristiana no quarto. Ele diz que ouviu gritos de “socorro” e teve que arrombar a porta para impedir o jogador. Em depoimento oficial à polícia, Cristiana confirmou essa versão. O assassino confesso afirmou que não tinha a intenção de matar Daniel, apenas iria deixá-lo no matagal. O empresário diz que mudou de ideia quando viu fotos de sua esposa no celular do jogador.

Além da família Brittes, também foram presos como suspeitos de cumplicidade Eduardo Purkote, Eduardo da Silva, Ygor King, e David Willian da Silva – acusados de participarem do espancamento de Daniel.

Tempo na prisão

Edison Brittes Junior foi transferido da penitenciária onde estava no dia 3 de março de 2019 por “precaução e segurança”. A defesa do empresário admitiu que outros presidiários enviaram bilhetes para oferecer rotas de fuga da cadeia ao assassino.

“Durante os três dias foram vários bilhetes para a cela, oferecendo série de coisas: celular, mulher e, em um dos bilhetes, o estelionatário oferecia arrebatamento se pagasse 70 mil reais em uma determinada conta. Existe a intenção de presos querendo vender coisas para o Brittes por acharem que ele tem dinheiro, mas não tem”, afirmou Cláudio Dalledone, advogado de Edison, em entrevista ao UOL.

Cristiana e Allana Brittes tiveram que ser transferidas de ala na Penitenciária feminina de Piraquara, no Paraná. A dupla também foi ameaça por outras detentas.

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