Consagrada e engajada: Quem é Pia Sundhage, nova treinadora da seleção feminina
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou, nesta quinta-feira (25), que Pia Sundhage será a nova treinadora da seleção brasileira feminina. Bicampeã olímpica com os Estados Unidos, a sueca é um nome de peso na modalidade, possui muita experiência e chega para substituir o criticado Vadão, demitido após a queda nas oitavas de final da Copa do Mundo.
A contratação de uma técnica europeia é curiosa, mas não é surpresa para quem acompanha o futebol feminino. Em abril, Pia participou de um seminário no Brasil e manifestou o interesse em assumir o comando da seleção brasileira principal, mas revelou que iria respeitar o seu contrato com a seleção sueca sub-16, que iria até o fim de 2019.
Aos 59 anos, Pia tem como principais feitos o bicampeonato olímpico com os Estados Unidos (2008 e 2012), o vice do Mundial (2011) com as americanas e a medalha de prata com o modesto time da Suécia, nos Jogos Olímpicos (2016).
Graças ao seu desempenho, Sundhage foi eleita a melhor treinadora do mundo pela Fifa em 2012. Ela também ficou no top-3 em outras quatro oportunidades.
Introducing your new coach of ?? Brazil:
Pia Sundhage! ???@Olympics:???#FIFAWWC😕#TheBest FIFA Women's Coach/FIFA Women's Coach of the Year: ????? pic.twitter.com/FQXALjsjCN
— FIFA Women's World Cup (@FIFAWWC) July 25, 2019
Engajada
Pia Sundhage também luta por igualdade no futebol. Em algumas ocasiões, ela relatou preconceito e defendeu a bandeira de mais oportunidades para as mulheres em um ambiente tradicionalmente dominado por homens.
“Há um desperdício de boas técnicas se você não cuidar dos dois gêneros, homens e mulheres. Então acho que é bom que tenha mais mulheres como técnicas. Muitas vezes eu enfrentei esse preconceito”, afirmou.
A sueca também procurou evoluir os clubes e seleções por onde passou. Em 2017, por exemplo, ela deixou a seleção principal da Suécia e passou a comandar as meninas do sub-16. Também por isso, a CBF informou à reportagem da Jovem Pan que ela trabalhará na integração das categorias inferiores (sub-20 e sub-17).
Pia já participou de palestras, seminários e cursos sobre futebol feminino. Ela faz parte, por exemplo, do “Programa de Mentoria de Coach” da Fifa, que busca desenvolver a modalidade com a interação de 17 treinadores (as) experientes com 21 técnicas que estão começando.
Respaldo e carinho dos brasileiros
Os rumores de que Pia seria treinadora da seleção brasileira começaram após a queda para a anfitriã França, nas oitavas de final do Mundial. Com isso, diversas opiniões surgiram sobre o nome da sueca. Kate Markgraf, ex-zagueira dos EUA e pupila de Sundhage, aprovou a ideia.
“Fique de olho mundo. Brasil agora terá o que sempre lhes faltou: um sistema de jogo que capitaliza a força para a mudança de jogo entre os 11 iniciais. O que ela fez por nós quando Wambach se lesionou em 2008 e com a Suécia em 2016 mostra sua flexibilidade no entendimento tático”, escreveu em sua conta no Twitter.
Já a torcida brasileira foi à loucura assim que ela foi cotada para assumir o posto de Vadão.
“Pelo amor de Deus, vem”, “Vem pro Brasil” e “Vem quente para salvar nós” foram algumas das mensagens enviadas para Pia através do Instagram.
Ex-jogadora de futebol
Pia foi jogadora de futebol de 1978 a 1996. Ao longo de sua carreira, ela colecionou apenas uma passagem fora de seu país de origem, quando representou a Lazio.
Ex-meia, Pia somou 146 partidas pela seleção sueca, anotando 71 gols, notabilizando-se por ser uma das maiores artilheiras ha história de seu país.
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