Corinthians faz ajuste financeiro lento e devia aproveitar melhor a publicidade, diz economista
Desde que Andrés Sanchez assumiu a presidência do Corinthians, ficou evidente uma preocupação maior com a parte financeira do clube. Ele evitou gastos excessivos em 2018 e parece estar no caminho certo. Mas de acordo com o economista Cesar Grafietti, economista do Itaú que comandou o estudo “Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros”, esse ajuste está sendo mais lento do que deveria.
“Entendo que o Corinthians está na direção certa sim. Há uma preocupação com o fluxo de caixa. Essa preocupação fica clara ao investir. Tem que cortar custo e nota-se o trabalho para isso. Mas está mais lento do que deveria”, apontou Cesar.
Existem alguns fatores que deixam esse processo mais lento: “é difícil, em um clube grande como o Corinthians, fazer o corte mais duro, como deveria. É difícil cortar o clube social ou não montar um elenco forte”, ressaltou o economista.
Cesar analisou os balanços financeiros de 2017 do Corinthians e percebeu que o faturamento do time cresceu timidamente: foi apenas 3% maior do que em 2016. Em média, os faturamentos dos clubes brasileiros aumentaram 17%.
Segundo Cesar, isso tem a ver com erros de estratégia: “Acho que o clube poderia ter um desempenho melhor com publicidade. Me parece que o Corinthians coloca um teto de valor que, no cenário econômico de hoje em dia, é impraticável no país. Acaba perdendo receita por isso. É melhor ter uma receita baixa do que nenhuma. E como o Corinthians segue sem um patrocinador master, isso prejudica, porque você não sabe o quanto vai ter de receita com o marketing. Falta recurso, mas o Corinthians poderia ser muito maior.
Outro problema financeiro do Corinthians é a arena, que ainda não está totalmente paga e compromete parte da receita: “O clube deixa de arrecadar de 60 a 70 milhões de reais com a bilheteria, porque destina esse valor para fechar a conta. Enquanto no São Paulo e no Palmeiras esse dinheiro entra, o Corinthians perde esse volume”, comparou Cesar.
Vale lembrar que uma das prioridades da gestão da Andrés é justamente terminar de pagar o estádio, pois ele se considera culpado por ter deixado essa dívida para o clube quando assinou o contrato da construção.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.