Hoje grato ao ‘Love’, Vágner relembra origem do apelido: ‘Pensei que minha carreira acabaria ali’

  • Por Bruno Landi/Jovem Pan
  • 24/07/2019 11h47 - Atualizado em 25/07/2019 13h03
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Celso Júnior/Estadão Conteúdo Vágner virou "Vágner Love" em 2003, quando ainda jogava no Palmeiras

Em tempos de nomes compostos e sobrenomes, Vágner ainda resiste com o seu “Love”. A história que originou um dos últimos apelidos do futebol brasileiro, no entanto, já encheu o atacante de medo e insegurança. Em entrevista exclusiva ao repórter André Ranieri, da Rádio Jovem Pan, o camisa 9 do Corinthians relembrou como se tornou o Artilheiro do Amor e admitiu: naquele momento, pensou que a sua então curta carreira chegaria ao fim.

Tudo aconteceu no início de 2003. Então atacante do Palmeiras na Copa São Paulo de Futebol Júnior, Vágner, de 19 anos, foi flagrado com uma mulher na concentração da equipe alviverde, em São José dos Campos. Ludibriada, a comissão técnica palmeirense se revoltou e afastou o jogador.

“Eu fiquei muito triste por ter cometido aquele erro”, admite Love, 16 anos depois. “Confesso que, ali, achei que a minha carreira acabaria. Naquele momento, eu falei: ‘pô, agora já era! Vou ter que voltar para Bangu e fazer qualquer outro tipo de coisa, menos jogar futebol'”.

A pedido dos outros jogadores, porém, Vágner foi reincorporado ao time e, naquela mesma Copinha, foi fundamental para que o Palmeiras alcançasse a decisão do torneio. Na semifinal, anotou cinco gols na vitória por 7 a 1 sobre a Inter de Limeira. Já na finalíssima, fez um gol no empate por 2 a 2 com o Santo André – o título foi conquistado pela equipe do ABC, nos pênaltis.

Hoje, Vágner é grato ao apelido. A ponto de até temer o que seria da sua carreira se não fosse essa “marca”. “Seria estranho”, admite. “Se fosse só Vágner, de repente eu nem chegaria a ser um jogador profissional reconhecido mundialmente. O Love ajudou bastante. É lógico que eu sempre deixo claro que foi uma coisa negativa que eu fiz, mas que acabou dando certo… O apelido pegou, caiu superbem. Pô… Love é amor, e eu sou um cara muito feliz, que amo bastante tudo o que faço. Caiu como uma luva para mim”.

 

Criador do apelido foi Flavio Prado

A história que originou o “Love” é conhecida por todos. O que poucos sabem, no entanto, é que quem criou o apelido foi o comentarista Flavio Prado, da Rádio Jovem Pan. Em contato com a reportagem do Jovem Pan Online, o jornalista relembrou o episódio que, querendo ou não, também marcou a sua carreira.

“Era começo de ano, disputa de Copa São Paulo, e o Márcio Araújo era o supervisor da base do Palmeiras. E aí, em certo momento, ele veio a público pu** da vida, dizendo que um moleque chamado Vágner tinha levado mulher para a concentração e que estava afastado do time, porque ele não admitia isso de jeito nenhum. Mas o Palmeiras começou a se enrolar na Copa São Paulo e forçaram a barra para que o Márcio deixasse o Vágner pelo menos no banco. Até que eu estava transmitindo um jogo pela Jovem Pan, e aí entra o moleque. Quando ele entrou, a gente lembrou a história na transmissão, e eu falei: ‘ah… esse é que é o Vagner Love, é? O que gosta de um amor, de um love?'”, divertiu-se.

“E aí, todos começaram a dar risada! O Milton Neves, no Fim de Jogo, ficou alimentando essa história do apelido. Em um primeiro momento, o Vagner ficou pu**. Mas, quando fica bravo, é pior, né? Aí que a gente não para mesmo. Toda vez que ele entrava, eu falava: ‘olha o Vagner Love aí!’. Só que a coisa começou a ficar simpática. Ele começou a se destacar e gostou do negócio. O que era uma gozação virou uma marca para ele. Depois de um tempo, ele começou a me chamar de padrinho nas entradas ao vivo. É uma história que foi legal para ele e legal para mim, também, claro.”

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