Do fim dos escândalos ao calendário: cinco mudanças que Romário poderia fazer na CBF

  • Por Jovem Pan
  • 19/12/2017 17h00 - Atualizado em 19/12/2017 19h22
Waldemir Barreto/ Agência Senado Waldemir Barreto/ Agência Senado Senador Federal, Romário está disposto a ajudar o futebol brasileiro, agora fora das quatro linhas

Com a suspensão de Marco Polo Del Nero da presidência da CBF, o senador Romário (PSB-RJ) se dispôs a assumir o cargo. Nesta terça-feira (19), o ex-jogador publicou em suas redes sociais um comunicado afirmando seu interesse em ser candidato e aproveitou para reiterar sua posição contra o cartola e a entidade responsável pelo futebol brasileiro.

Como disse em seu comunicado, o tetracampeão mundial com a Seleção em 1994 atende todos os requisitos necessários para concorrer ao cargo de presidente da CBF. Pelos últimos acontecimentos e por sua postura na vida política, Romário poderia ser a solução para o futebol brasileiro. A Jovem Pan apresenta cinco fatos que o senador poderia (e deveria) mudar na entidade:

Fim dos escândalos

Problemas com a justiça e escândalos de corrupção não são novidades na CBF. Os fatos que ganharam maior repercussão tiveram início na gestão de Ricardo Teixeira, que ficou à frente da entidade por mais de duas décadas. José Maria Marin e agora Marco Polo Del Nero não ficaram atrás e ajudaram a manchar a imagem da CBF.

Uma das primeiras medidas do novo presidente a ser tomada deveria ser em relação aos recentes escândalos de corrupção. Tentar descobrir os culpados, expulsá-los e fazê-los pagar pelo mal que foi feito ao futebol brasileiro pode ser a melhor opção para que a credibilidade da CBF seja retomada. Nos últimos anos, diversos patrocinadores romperam com a entidade, diminuindo a receita.

Identificação com a Seleção

Os escândalos envolvendo os cartolas somados aos maus resultados dentro de campo acabaram afastando o torcedor brasileiro da Seleção. A falta de interesse pós-Copa 2014 era enorme e começou a mudar, mesmo que de forma tímida, após a chegada de Tite no comando do time verde e amarelo. Mas, ainda é pouco.

O novo presidente da CBF tem uma missão difícil pela frente: tentar recriar a identificação dos torcedores com a Seleção. Mais jogos no país e menos duelos no Emirates Stadium, em Londres, por exemplo, poderia ajudar a resolver esse problema. Ingressos mais em conta nos jogos das Eliminatórias é um outro ponto também que contribuiria neste quesito.

Valorização do futebol feminino

O ano é 2017, mas parece que para alguns cartolas Charles Miller acabou de retornar ao Brasil com duas bolas, um par de chuteiras, um livro com as regras do futebol e uniformes. Os dirigentes retrocados seguem demonstrando resistência a prática do futebol feminino no país e o veem ainda de forma preconceituosa.

Falta dirigentes capazes de reconhecer a força das mulheres no futebol não apenas durante Jogos Olímpicos ou Copas do Mundo. O novo presidente da CBF poderia e deveria valorizar a prática ao longo do ano. Investimentos, cotas de TV e salários mais justos, além da criação de um calendário mais amplo para que o futebol feminino se desenvolva cada vez mais no Brasil.

Investir na base

Na década passada, a Alemanha deu início a um amplo trabalho junto as categorias de base de sua seleção. O resultado foi alcançado pouco tempo depois, com a conquista da última Copa do Mundo. Esse processo poderia ser copiado por muitos países, como o próprio Brasil, que acabou se tornando uma das maiores vítimas dos alemães.

Atualmente, o futebol brasileiro não conta com tantas estrelas à disposição. Neymar, Gabriel Jesus e Phillippe Coutinho são alguns dos poucos exemplos de “ponto fora da curva” que vestem a amarelinha. Pouco para quem já contou com Pelé, Garrincha, Rivellino, Zico, Ronaldo e o próprio Romário. A necessidade em investir na base é urgente.

Calendário do futebol

Um dos problemas recorrentes do futebol brasileiro e que nunca muda é o calendário da temporada. A quantidade de competições faz com que muitos times participem de uma “maratona” de jogos ao longo do ano, prejudicando o desempenho dos atletas e obrigando muitas vezes os clubes a privilegiarem os torneio.

Além disso, o modelo usado no país, começando a temporada em janeiro e não em julho, como acontece na Europa, faz com muitos jogadores deixam o futebol nacional no meio do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores da América. Isso interfere diretamente no planejamento de muitos times e pode mudar os resultados finais das competições.

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