Ex-treinador da seleção feminina, Vadão dispara: ‘Passei 2 anos sendo criticado injustamente’

  • Por Jovem Pan
  • 03/10/2019 12h58 - Atualizado em 03/10/2019 13h03
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Guillaume Horcajuelo Vadão é ex-treinador da seleção brasileira feminina

Ex-treinador da seleção brasileira feminina, Vadão concedeu entrevista ao “Estadão” e falou sobre sua demissão após a disputa da Copa do Mundo, realizada na França, na metade deste ano. Segundo o técnico, ele foi criticado injustamente durante sua segunda passagem e sofreu um processo de desgaste.

“Na segunda passagem, sim [houve desgaste]. Depois que voltei para a seleção, paguei um preço que foi não meu. A saída da Emily [Lima] teve uma repercussão muito ruim, forte. Aquela coisa ‘poxa, a mulher não teve a mesma oportunidade que os outros homens tiveram’ respingou em mim o tempo todo. Passei quase dois anos sendo criticado injustamente, inclusive com mentiras. Chegaram a dizer que nunca me viram no estádio vendo um jogo feminino. Isso é um absurdo. Quantas vezes eu fui no Pacaembu, no Parque São Jorge? Eu e meu auxiliar fomos até Manaus assistir a jogos da Libertadores”, disse.

Vadão fez questão de lembrar o ano em que concorreu ao prêmio de melhor treinador do mundo da Fifa. Apesar disso, ele afirmou que a decisão de demiti-lo, tomada por Rogério Caboclo, presidente da CBF, foi correta.

“Quando você é contratado duas vezes pela mesma seleção, alguma coisa fez de bom. As pessoas não reconhecem que nas duas oportunidades que trabalhei no Mundial e na Olimpíada eu concorri como melhor treinador do mundo. Não é possível que o mundo todo enxergue o trabalho da gente e as pessoas não enxerguem. Foi uma coisa que me chateou muito. Quando a seleção não ia bem, o culpado era eu. Aí quando jogou bem contra a França, ninguém toca no meu nome. Nesse desgaste, acho que a decisão do presidente (Rogério Caboclo) foi correta, porque não adiantaria esperar mais um pouco, tem Olimpíada ano que vem. A Pia precisa de tempo para conhecer a seleção”, declarou.

Na entrevista, Vadão deu detalhes a respeito da forma como foi desligado da seleção feminina, quando teve uma conversa com Marco Aurélio Cunha, coordenador de futebol feminino da CBF.

“Quando terminou a Copa, tive uma reunião com o Marco Aurélio Cunha e ele falou ‘olha, o presidente tá pensando em trazer uma mulher, que seria a Pia’. Então, foi tudo feito às claras. Tanto é que quando a Pia se apresentou, o Caboclo me ligou e pediu pra eu ir lá recebê-la e passar tudo que tinha visto das atletas no Mundial. Fiquei conversando com ela por uma hora, passando minha visão sobre a seleção brasileira. Meu relacionamento com a CBF é muito bom. Com a diretoria, não há desgaste nenhum”, lembrou.

Descansando em Campinas (SP), Vadão também disse que a relação com Marta, Formiga e Cristiane era boa.

“A melhor possível! Criei amizade com algumas atletas, inclusive com a Marta. Visitei a Marta até na casa dela, em Maceió, para você ter ideia. O relacionamento profissional nosso também foi o melhor possível. A Marta é uma pessoa extraordinária em todos os sentidos. Muita gente só a conhece futebolisticamente, mas não conhece a pessoa. A Marta como líder, como pessoa, para ajudar as colegas, comissão técnica, ela é top de linha, assim como a Cris e a Formiga”, finalizou.

* Com informações do Estadão Conteúdo.

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