Federação anuncia Boris Becker como novo técnico chefe do tênis masculino alemão

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/08/2017 11h12

Boris Becker foi treinador de Novak Djokovic desde 2014

EFE Boris Becker foi treinador de Novak Djokovic até o ano passado, quando também teve sua falência decretada

Lendário ex-jogador, Boris Becker foi oficialmente anunciado nesta quarta-feira (23) como novo técnico chefe do tênis masculino alemão pela federação que controla a modalidade no país. Ex-líder do ranking mundial e dono de seis títulos de torneios de Grand Slam, ele assumiu o cargo com a responsabilidade de fortalecer e gerir a formação de novos tenistas, assim como atuará como um supervisor da equipe da Alemanha na Copa Davis.

“Boris Becker será o chefe do tênis masculino com efeito imediato e nesta posição ele estará no comando de todo o âmbito deste esporte masculino do país”, afirmou Ulrich Klaus, presidente da Federação Alemã de Tênis (DTB, na sigla em alemão), em entrevista coletiva convocada para esta quarta.

Com a ajuda do astro de 49 anos de idade, a entidade espera que a Alemanha volte a produzir jogadores que figurem como protagonistas no cenário da modalidade, o que não acontece há mais de duas décadas. Foi justamente Becker o último tenista alemão a erguer um troféu de um Grand Slam, o que aconteceu no Aberto da Austrália de 1996.

Currículo para fazer a Alemanha voltar a ser uma grande potência do tênis entre os homens não falta a Becker. Com 49 títulos de simples ao total como jogador, sendo dois deles da Copa Davis, ele também esteve à frente da equipe nacional no mais importante torneio de países do tênis masculino entre 1997 e 1999. Mais recentemente, o ex-tenista dirigiu Novak Djokovic, ex-número 1 do mundo, de 2013 a 2016, período em que o sérvio ganhou seis dos seus 12 títulos de Grand Slam.

A contratação de Becker pela DTB também significa uma espécie de reconciliação do ex-tenista com a entidade após ele ter enfrentado problemas de relacionamento com a antiga direção da federação no passado. “Quero ajudar a DTB através da minha experiência como ex-jogador e como treinador e estamos ansiosos para o intercâmbio com o capitão da equipe da Copa Davis (Carsten Arriens), com os treinadores nacionais e com os nossos melhores tenistas e juniores”, disse Becker, garantindo que as suas diferenças com a DTB já foram superadas e destacando que a sua contratação prevê a sua permanência no cargo até pelo menos os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio.

O ex-jogador também enfatizou que está “orgulhoso” por assumir essa função importante no cenário esportivo alemão. “Eu amo este esporte. Eu amo este país e estou feliz por novamente desempenhar um importante papel no tênis alemão”, disse o ex-tenista no evento desta quarta-feira.

Também nesta quarta, a DTB apresentou oficialmente Barbara Ritter, de 44 anos, como nova chefe do tênis feminino alemão para assumir a mesma função que foi conferida a Becker entre os homens. Ela foi capitã da Alemanha na Fed Cup, a versão feminina da Davis, na qual o lendário ex-jogador estreará na prática em seu novo cargo em confronto dos alemães contra Portugal, entre os dias 15 e 17 de setembro, quando o país lutará por sua permanência no Grupo Mundial da competição.

EM EVIDÊNCIA APÓS FALÊNCIA – Becker, por sua vez, volta a ficar em evidência como figura importante do tênis alemão após ter a sua falência declarada em junho passado por uma juíza de um tribunal britânico depois de o ex-atleta não conseguir pagar uma dívida antiga com o banco privado Arbuthnot Latham & Co, contraída em 2015.

A juíza Christine Derrett disse que faltavam evidências reais de que a dívida seria paga em breve, se recusou a adiar o caso por mais 28 dias e anunciou um pedido de falência naquela ocasião.

O advogado de Becker, John Briggs, argumentou que havia provas suficientes para mostrar que o alemão teria condições de pagar a dívida por meio de um acordo de refinanciamento, com a utilização de uma propriedade em Maiorca, na Espanha. Ele declarou que havia a expectativa de que o acordo fosse fechado em um mês, o que lhe renderia 6 milhões de euros (aproximadamente R$ 22 milhões na cotação quando a falência foi decretada).

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