Ferj chama protesto de ‘chilique’ e processa Fluminense e Botafogo por danos morais

Contrários ao retorno do futebol, os dois clubes se uniram em manifestação contra a entidade na semifinal da Taça Rio

  • Por Jovem Pan
  • 14/07/2020 15h45
Gilvan de Souza/Estadão Conteúdo Na semifinal da Taça Rio, jogadores de Botafogo e Fluminense se uniram para protestar contra a Ferj

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) entrou, nesta terça-feira, 14, na Justiça contra Botafogo e Fluminense. O motivo: os protestos feitos pelos clubes contra o retorno do Campeonato Carioca. Na ação, a entidade pede R$ 100 mil de danos morais, indenização por danos materiais em valores a serem levantados e exige retratação pública, pedindo multa única de R$ 1 milhão em caso de descumprimento. A Ferj, por meio de documento, alegou que os dois clubes “expuseram grosseira e mentirosamente uma série de supostas irregularidades imputadas à Autora” e diz que “é muita covardia de ambos mandatários agirem às expensas das instituições que administram para tentar infligir alguma dor na moral alheia, visando amealhar alguma fugaz repercussão social”. Entre os pontos criticados pelos clubes, a federação discordou do “atraso” forçado na volta aos treinos, alegando que as autoridades já haviam autorizado a volta das atividades: “essa retórica vazia e oportunista somente tem o condão de desvirtuar o foco da questão, qual seja, a inabilidade em gerir a crise em um clube falido. O suposto motivo nobre nada mais do que mascara uma triste realidade de bancarrota absoluta, bancada por sucessivas administrações incompetentes”.

A entidade também rebateu a acusação de que o posicionamento de Botafogo e Fluminense sobre a volta aos treinos foi alvo de ataques da Ferj e de demais clubes. “A verdade é que dos 16 clubes apenas 2 discordaram do retorno a atividade desportiva, sentindo-se ‘atacados’ pela autora e por todos os outros 14 clubes, o que chega a ser uma piada de gosto duvidoso. O ataque a que ambas Rés se referem é a derrota acachapante de 14 x 2? Trata-se, pois, de um mero chilique sem qualquer embasamento para tanto”, afirmou. Por fim, a Ferj argumentou que buscou os seus direitos na Justiça porque “a manifestação conjunta dos Réus transcenderam o direito à liberdade e manifestação de pensamento, pois serviram apenas para afrontar os direitos da Autora ao nome, imagem, honra, boa-fama, ética, reputação e idoneidade”.

Veja, abaixo, o que a Ferj cobra de Botafogo e Fluminense:

  • Retratação pública, mediante a publicação de nota oficial em todos os meios de comunicação oficiais daquele clube, com os mesmos destaque, publicidade, periodicidade e dimensão das ofensas, no prazo de 05 (cinco) dias corridos, contados a partir do trânsito em julgado da sentença, sob pena de multa única de R$ 1 milhão;
  • Pagamento de indenização compensatória por danos morais no valor de R$ 100 mil, considerando destaque, publicidade, periodicidade e dimensão das ofensas desferidas, e ainda o caráter pedagógico-punitivo da indenização;
  • Pagamento de indenização por danos materiais, em razão à violação das marcas de propriedade da Autora, a ser apurado em liquidação de sentença, vez que não possui meios de aferir o quantum que deixou de auferir e/ou lucrar com a violação de suas marcas, na forma do art. 509 do NCPC;
  • Pagamento de 20% (vinte por cento) de honorários de sucumbência sobre o benefício econômico auferido com a demanda;

*Com informações do Estadão Conteúdo

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