Fifa aplica multa milionária e bane três ex-dirigentes da Conmebol
Em mais uma decisão do seu Comitê de Ética, a Fifa anunciou nesta terça-feira o banimento de três ex-dirigentes da Conmebol. Além da suspensão definitiva, a entidade que rege o futebol mundial aplicou multa milionária aos argentinos Eduardo Deluca e José Luis Meiszner e ao peruano Manuel Burga. Cada um terá que desembolsar 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 4,1 milhões)
Deluca e Meiszner já ocuparam a função de secretário-geral da Conmebol. O primeiro também foi membro de diversos comitês da Fifa. Já o segundo foi também secretário-geral da Associação de Futebol Argentino (AFA). Burga, por sua vez, fez parte do Comitê Executivo da Conmebol, exerceu a função de presidente da Federação Peruana de Futebol e integrou comitês da Fifa.
Com a decisão, o trio está proibido de se envolver em qualquer atividade ligada ao futebol tanto em nível nacional quanto em internacional. De acordo com apuração do Comitê de Ética da Fifa, os três ex-dirigentes receberam propinas em negociações suspeitas da Conmebol com empresas de marketing esportivo entre 2004 e 2012 (Deluca), 2012 e 2015 (Meiszner) e 2010 e 2015 (Burga).
Este último, curiosamente, foi absolvido pela Justiça dos Estados Unidos pela acusação de extorsão. Segundo a Fifa, o Comitê de Ética encontrou “esmagadora evidência” de que o peruano recebeu ou ao menos teve prometido a ele um total de US$ 6,6 milhões (R$ 27,4 milhões) em propinas nas negociações dos direitos de transmissão da Copa América e da Copa Libertadores.
Burga assinou contratos, como presidente da federação peruana, que foram usados como evidência pelas autoridades norte-americanas para incriminar e até condenar outros ex-dirigentes da Conmebol. O peruano foi inocentado pela Justiça dos EUA em dezembro de 2017, mesma época em que o paraguaio Juan Angel Napout e José Maria Marin, ex-presidente da CBF, foram condenados.
Quase dois anos depois, a Fifa argumentou que a investigação sobre o caso de Burga foi “particularmente séria”. Segundo a entidade, o peruano recebeu US$ 400 mil (R$ 1,6 milhão) em propinas por cada uma das quatro edições da Copa Libertadores disputadas entre 2010 e 2013. E uma soma de US$ 5 milhões (R$ 20,7 milhões) por quatro edições da Copa América, entre 2015 e 2023.
Deluca e Meiszner também foram investigados e indiciados pelo Departamento de Justiça dos EUA. Mais de 40 dirigentes do futebol e membros de agências de marketing foram indiciados ou condenados na investigação que vem sendo divulgada publicamente desde 2015. Mais de US $ 200 milhões (R$ 830 milhões) já foram confiscados pelas autoridades dos EUA.
*Com informações de Estadão Conteúdo
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