Flamengo diz que alerta à PM sobre risco de invasão ao Maracanã ameniza culpa do clube

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/12/2017 20h45 - Atualizado em 18/12/2017 21h02
FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO Flamengo pode até ser excluído da Libertadores por confusão na final da Sul-Americana

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, disse nesta segunda-feira (18) que o fato de o clube ter alertado a Polícia Militar (PM) sobre os riscos de invasão do Maracanã no jogo contra o Independiente, na última quarta, pela final da Copa Sul-Americana, atenua sua responsabilidade nos tumultos antes e depois da partida. Já o procurador-geral do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Eduardo Gussem, afirmou que invasores serão identificados e presos a partir das imagens das câmeras de segurança do estádio.

Os dois se reuniram na sede do Ministério Público. Bandeira de Mello entregou a Gussem um dossiê com documentos que comprovariam que o clube tomou essas precauções.

“O que a gente trouxe aqui é um atenuante importante em relação à responsabilidade do Flamengo, independentemente da legislação. Vários atores participam da responsabilidade, a questão é avaliar a culpa de cada um. Mas o mais importante é o que a gente pode fazer para evitar que volte a acontecer”, disse Bandeira de Mello.

“A gente tem plena consciência de que fez o que estava ao nosso alcance para evitar aquilo. Estamos todos envergonhados, principalmente ao ver que praticamente a totalidade dos vândalos e bandidos usavam a camisa do Flamengo”, declarou.

Bandeira de Mello ressaltou que as autoridades policiais foram alertadas das ameaças de invasão. “Elas já eram de conhecimento público havia uma semana”, afirmou. O presidente rubro-negro também lembrou a necessidade de ampliar o policiamento destacado para o estádio.

O dirigente ressalvou que o Flamengo não irá fugir de suas responsabilidades. Ele disse que não gostaria que o Flamengo deixasse de jogar no Maracanã por falta de condições de segurança, como já sinalizou o CEO do Flamengo, Fred Luz.

O procurador-geral disse que é importante que o clube assuma sua responsabilidade. “Os fatos ocorridos são extremamente preocupantes, lamentáveis, as imagens falam por si. O presidente tem consciência de que a responsabilidade antes, durante e logo após o jogo é do clube detentor do mando de campo, ou seja, do Flamengo. A violência nos estádios é um fato, acontece de forma reiterada, e o crime organizado tem se infiltrado nas torcidas, e o MP vai atuar com determinação”.

Também presente ao encontro desta segunda-feira, a promotora de Justiça Glicia Pessanha Viana Crispim disse que o episódio irá ajudar o MP a adotar medidas preventivas. Os invasores que já estavam suspensos dos jogos serão presos.

A Conmebol analisa a possibilidade de aplicar punição disciplinar ao Flamengo, que pode chegar à exclusão do time da Libertadores em 2018. O clube carioca irá entregar uma versão resumida do dossiê em sua defesa.

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