Esqueça o luxo da FIFA! “Copa do Lado B” tem até seleção de refugiados; conheça

  • Por Giovanni Chacon/Jovem Pan
  • 29/05/2018 18h00 - Atualizado em 05/06/2018 22h02
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Divulgação A terceira edição da Copa do Mundo CONIFA acontece em Londres a partir desta quinta-feira

Depois de quatro anos de espera, finalmente chegou a época da Copa do Mundo. No próximo dia 14 começa a maior competição futebolística do planeta, reunindo as 32 melhores seleções dos cinco continentes em um torneio que vale o título mais cobiçado de todos.

Mas, não é só esse torneio de caráter mundial que vai acontecer neste ano. A partir do dia 31 de maio, pouco antes do início da Copa do Mundo da Rússia, 16 seleções irão se reunir na charmosa Londres para a disputa da Copa do Mundo CONIFA.

Para quem não conhece, a CONIFA é a instituição que cuida das seleções de países sem reconhecimento das organizações regionais (UEFA, CONMEBOL, CONCACAF, etc), minorias e países que não são filiados à FIFA.

Em sua terceira edição, a sede do torneio será em Londres. E a representante sede será a seleção de Barawa, equipe de refugiados da Somália que está estabelecida na Inglaterra.

Seleção de Barawa, representante sede desta edição da Copa do Mundo CONIFA

A atual campeã da Copa do Mundo CONIFA é a seleção da Abecásia, uma região nas montanhas do Cáucaso, sob domínio da Geórgia. O “país” é reconhecido apenas por outras seis nações em todo o mundo: Rússia, Venezuela, Nauru, Tuvalu, Nicarágua e Vanuatu.

Seleção da Abecásia, campeã do mundo em 2016

Abecásia chega a Londres para tentar o bicampeonato. O primeiro título foi conquistado em 2016, diante de seus torcedores, após uma emocionante disputa de pênaltis contra a seleção de Punjab, que, na mesma linha da seleção de Barawa, é um time de refugiados estabilizados na Inglaterra.

Das 16 seleções participantes, sete são estreantes. Todas passaram por eliminatórias, assim como na Copa do Mundo tradicional. Uma delas é o Tibet, que tem uma história bem conhecida de movimentos separatistas. O time asiático busca voltar para casa com o título e com esperança para o povo tibetano, a partir do futebol.

O camisa 10 da seleção do Tibet, Tenzin Thardoe, falou sobre as chances do Tibet nessa “Copa do Mundo do lado b”: “Acredito que, se nos prepararmos bem assim como estamos fazendo nos torneios que estamos participando, acredito que podemos ter um bom desempenho”.

Quem falou também foi o representante da associação de futebol tibetana, Evan Nepean. Ele explicou o que significa a participação do Tibet nessa Copa: “Estamos muito orgulhosos em dizer que a seleção tibetana estará presente na copa do mundo CONIFA. Os jogadores representarão o Tibet: a nação, os 6 milhões de tibetanos, e toda a jovem geração do tibet”.

A competição é modesta, e os jogos serão disputados em estádios bem acanhados. O maior e casa da decisão, com capacidade para 5.000 pessoas, é o Queen Elizabeth II, casa do Enfield Town, da oitava divisão inglesa.

Apenas 19 quilômetros separam o Queen Elizabeth II do Wembley, estádio emblemático, palco de decisão da Copa do Mundo tradicional em 1966, casa de final de Champions League e gramado onde os maiores craques da história do futebol mundial já jogaram. Mas essa distância pouco importa, pois o objetivo dessa competição é claro: integrar, unir e celebrar, torcendo sempre por dias melhores para cada nação e povo que busca seu reconhecimento.

Confira os grupos da Copa do Mundo CONIFA 2018:

GRUPO A

Barawa

Ellan Vannin

Tamil Eelan

Cascadia

GRUPO B

Abecásia

Chipre do Norte

Kárpátalja

Tibet

GRUPO C

Padania

Székely Land

Matabeleland

Tuvalu

GRUPO D

Panjab

Coreanos Unidos do Japão

Armênia Ocidental

Kabylia

 

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