Gabriel Paulista: ‘Não quero perder um amigo ou familiar por pressão econômica’

  • Por Jovem Pan
  • 30/04/2020 09h04 - Atualizado em 30/04/2020 10h35
Reprodução/Instagram Gabriel Paulista é zagueiro do Valencia

O zagueiro Gabriel Paulista, do Valencia, afirmou, nesta quinta-feira (30), ser contrário ao retorno das atividades do futebol durante a pandemia do novo coronavírus. O jogador vai contra dirigentes de algumas ligas europeias, que já autorizaram o retorno aos treinamentos.

“Os profissionais do futebol são pessoas privilegiadas, mas somos pessoas em primeiro lugar. Temos família, entes queridos e sentimentos”, disse o jogador em suas redes sociais. “Sempre nos pedem para ser um exemplo e assim deve ser. Muitas crianças e jovens olham para nós. Vamos mostrar como exemplo à sociedade que valorizamos a vida e a saúde acima de tudo. Para mim, e tenho certeza que para a grande maioria dos jogadores de futebol, dinheiro não é tudo”, continuou.

Atuando na Espanha desde 2017, o brasileiro expressou seu medo de contrair a doença se o retorno de La Liga não ocorrer com as mais altas garantias de saúde, sem risco de contágio. “Vamos jogar quando ninguém mais tiver medo disso e tivermos plenas garantias de que não há riscos. Caso contrário, se não nos derem garantias absolutas, vamos tomar exemplos de outros países que adotaram medidas mais fortes. Antes a vida e depois do futebol!”, disse o defensor, de 29 anos.

Gabriel Paulista contou seus temores sobre a possibilidade de um contágio. “Não quero que nenhum membro da família, amigo, colega de trabalho ou profissão esteja doente ou morto por precipitar um retorno ou ter pressão econômica.”

O Valencia foi time espanhol mais atingido pelo coronavírus, com 35% das pessoas infectadas do elenco principal. O clube de Mestalla relatou esse número em meados de março e jogadores como Garay, Gaya e Mangala admitiram nas redes sociais que tinham testado positivo para a Covid-19. Todos os casos foram assintomáticos. “Eu amo o futebol, amo jogar, amo meu clube e queremos dar felicidade aos torcedores, mas também tenho amor e respeito à vida de cada ser humano”, disse Gabriel Paulista.

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Profissionais de futebol são pessoas privilegiadas, mas somos pessoas antes de tudo. Temos família, entes queridos e sentimentos. Sempre nos pedem para ser um exemplo e é assim que deve ser, muitas crianças e jovens prestam atenção em nós. Vamos mostrar como exemplo para a sociedade que valorizamos a vida e a saúde acima de tudo. Para mim, e tenho certeza de que para a grande maioria dos jogadores de futebol, dinheiro não é tudo. Eu não quero que por precipitação ou pressão financeira, que podemos entender, mas nunca priorizar acima das questões mais fundamentais, qualquer membro da família, amigo, colega de trabalho ou profissão possa ficar doente ou morrer … De fato após o terrível momento que ainda estamos passando, ninguém deve pegar ou morrer desta doença novamente! Amo o futebol, amo jogar, amo o meu clube e sempre queremos dar felicidade aos torcedores, mas também e acima de tudo, amo e respeito a vida de todo ser humano. Vamos jogar quando ninguém faça isso com medo e quando tenhamos garantias totais de que não há riscos. Caso contrário, se não nos derem garantias absolutas, tomemos exemplos de outros países que adotaram medidas mais contundentes. Antes a vida e depois o futebol! ⚽

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*Com informações do Estadão Conteúdo

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