Jogadores europeus se sentem pressionados a voltar a jogar, diz sindicato
O FIFPro, sindicato que reúne jogadores de futebol de todo o mundo, alertou sobre o retorno prematuro do esporte. Segundo informações do The Telegraph, atletas das principais ligas europeias procuraram a entidade para dizer que se sentem pressionados a retornar aos treinamentos durante a pandemia causada pelo novo coronavírus.
Jonas Baer-Hossmann, secretário-geral do FIFPro, afirmou que a reclamação veio de altetas de diversos países. “Ouvimos isso de vários jogadores. Também ouvimos dizer que os jogadores não se sentiram envolvidos no desenvolvimento dos protocolos”. Os protocolos de retomada do futebol no mundo são geralmente desenvolvidos por federações e médicos, sem a presença dos jogadores.
Em ligas de menor expressão, o problema é voltar aos treinamentos exclusivamente pela questão financeiras. “Estamos vendo as tensões nos dois sentidos quando se trata do equilíbrio entre o retorno ao jogo e os requisitos de saúde e segurança”, disse.
Sem citar nenhum país especificamente, o porta-voz da entidade diz ser inaceitável que clubes peçam para que jogadores assinem documentos os isentando de responsabilidades em caso de contaminação. “Ouvimos conversas cada vez mais infelizes sobre a ideia de jogadores assinarem renúncias em relação a quaisquer consequências a longo prazo relacionadas ao coronavírus, que achamos inaceitáveis. Colocar esse fardo no atleta é grosseiramente inapropriado. Preferimos fazer a pergunta sobre a responsabilidade no caso de os protocolos não serem aplicados corretamente”.
Os sindicatos membros do FIFPro distribuiu cestas de alimentos em sete países – Colômbia, Honduras, Panamá, Paraguai, Uruguai, Botsuana e Egito. Na Macedônia, foi a organização que custeou os testes para detecção da doença.
Troy Deeney
Na entrevista, Hoffman destacou o apoio da entidade ao atacante Troy Deeney, do Watford. Há alguns dias, ele citou que estava preocupado de retornar ao centro de treinamento pelo fato de seu filho, de apenas cinco meses, se enquadrar em um dos grupos de risco.
Para Hoffman, os jogadores estão certos ao insistirem em meia medidas para que o contágio seja evitado. Ele descreveu possíveis sanções disciplinares sobre quem se opinar sobre o tema como “desumanas”. “Há muito território inexplorado quando se trata desses protocolos – os jogadores têm o direito de expressar suas preocupações”.
Para mitigar os efeitos que a pandemia deve causar no esporte, o FIFPro sugere novas competições, internacionais, inclusive, para que o futebol seja mais sustentável, e consiga reverter uma onda de jogadores de futebol desempregados.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.