Técnico vê intervenção política na seleção da Venezuela e põe cargo à disposição

  • Por Jovem Pan
  • 23/03/2019 15h18 - Atualizado em 23/03/2019 15h19
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EFE / Rodrigo Jiménez. Dudamel tem feito a Venezuela evoluir

Mesmo com a vitória impressionante contra a Argentina, o técnico da Venezuela, Rafael Dudamel, pode sair. Ele colocou o cargo à disposição dos dirigentes por considerar que a seleção venezuelana está sendo utilizada para fins políticos.

Horas antes da disputa da partida, o elenco recebeu a visita de Antonio Ecarri, representante na Espanha do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Depois, Ecarri publicou nas redes sociais uma foto do encontro com os jogadores.

“Conversei com o vice-presidente (da federação) e coloquei o meu cargo à disposição dos dirigentes porque todo este tempo estamos navegando em águas muito turvas. Tudo foi politizado e sou o técnico de uma seleção do país inteiro”, comentou.

Dudamel anunciou também que comandará a equipe no amistoso da próxima segunda-feira, contra a seleção da Catalunha, “por respeito”.

“Recebemos a visita do embaixador, com respeito, porque somos a seleção da Venezuela que abrange todo o país. Em Rancagua (no Chile) também recebemos o embaixador do senhor (Nicolás Maduro, presidente do país). Mas a visita foi utilizada (politicamente), tristemente. Por respeito, na segunda-feira comandarei a equipe no próximo amistoso, mas tenho que sentar para conversar com o presidente e o vice-presidente (da federação)”, acrescentou.

As declarações do treinador também foram repercutidas pelo atacante Salomón Rondón, segundo o qual “é injusto que se politize a seleção”.

“Nós, jogadores, estamos com o treinador. É injusto e insignificante que se politize a seleção. Nós tentamos levar alegria ao povo da Venezuela, às comunidades venezuelanas em tantos países para que se distraiam com o que fazemos. Que as pessoas curtam esta vitória merecida”, analisou o jogador.

O placar da vitória desta sexta-feira foi histórico porque a Venezuela nunca havia marcado três gols na Argentina em uma mesma partida. Na opinião de Dudamel, o triunfo não foi “uma casualidade”, e sim a consequência de todo um processo iniciado em abril de 2016.

“Ganhar da Argentina com o melhor jogador do mundo em campo (Lionel Messi) por 3 a 1 não é casualidade. Se for, não é todos os dias. Mas não acredito nas casualidades nem na sorte, apenas no trabalho e na convicção dos meus jogadores. Ganhar da Argentina de forma tão contundente foi resultado do trabalho”, frisou.

O amistoso marcou o retorno de Lionel Messi à seleção Argentina depois de oito meses. O atacante não era convocado desde a Copa do Mundo de 2018, mas a participação do craque foi ofuscada por uma Venezuela dominante em campo. Para Rondón, o jogo coletivo venezuelano foi o segredo da vitória.

“Nós não pensamos em individualidade, mas em coletivo, e isso funcionou hoje. Fomos contundentes e resistimos ao rival. Trabalhamos pensando na Copa América”, disse o atacante, autor do primeiro gol da partida.

Com EFE

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