Times ingleses dominam Europa, mas estão cheios de estrangeiros

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2019 10h14
EFE/WILL OLIVER Chelsea tem apenas 4 ingleses no elenco

Os times ingleses dominaram as principais competições europeias desta temporada. Liverpool e Tottenham farão a final da Liga dos Campeões. Arsenal e Chelsea chegaram na decisão da Liga Europa. É um indício de como o futebol inglês está forte. Mas o sucesso dos clubes ingleses não significa necessariamente a evolução do “English Team”. Afinal essas equipes estão cheias de estrangeiros e conseguiram chegar tão longe graças aos estrangeiros.

Já é possível perceber isso pelos desempenhos das equipes nas semifinais. Dos 44 jogadores que foram titulares em times ingleses nesta semana, apenas 8 eram ingleses. Ou seja, os times contaram com 18% de atletas do próprio país. E naturalmente as partidas foram decididas por estrangeiros. Dos 16 gols que os clubes ingleses fizeram nos 8 jogos de semifinais, somente um foi marcado por jogador inglês – Loftus-Cheek marcou na semifinal contra o Eintracht Frankfurt, mas a partida só foi decidida nos pênaltis.

O elenco do Liverpool tem 7 ingleses apenas. E muitos deles nem são titulares. Alexander-Arnold, Milner e Henderson são os mais importantes. Os outros, como Sturridge, Joe Gomez, Lallana e Chamberlain, jogaram pouco na temporada. Entre os jogadores mais decisivos dos “Reds” existem atletas de variados continentes. Tem os africanos, como Salah (Egito), Mané (Senegal) e Keita (Guiné); e também os sul-americanos, como Alisson, Fabinho e Firmino (Brasil). Entre os europeus, há 2 holandes fundamentais, Van Dijk e Wijnaldum, e muitos coadjuvantes, como Robertson (escocês), Shaqiri (suíço) e Origi (belga).

O elenco do Tottenham, antigamente, já teve mais em ingleses. Mas nos últimos anos passou a ser mais internacional. Atualmente são 9 atletas do país, com destaque para Harry Kane e Dele Alli. Mas muitos destaques são internacionais, como Eriksen (dinamarquês), Sissoko (francês) e Alderweireld (belga). Tem até um sul-coreano, Son, e um brasileiro, Lucas Moura.

O Arsenal também impressiona pela falta de ingleses. O elenco tem apenas 6 e nenhum deles é destaque com frequência. Os jogos são decididos por atletas de diferentes continentes. Tem africanos, como Aubameyang e Iwobi; e sul-americano, como Torreira. O que mais chama atenção é como os “Gunners” têm europeus de diferentes países: Lacazette (França), Mustafi (Alemanha), Xhaka (Suíça), Ramsey (País de Gales), Sokratis (Grécia), Mkhitaryan (Armênia), Kolasinac (Bósnia) e Monreal (Espanha) são alguns exemplos.

Famoso por contratar muitos jogadores e formar poucos ingleses, o Chelsea é o time que tem menos atletas do país. São apenas 4 coadjuvantes: Loftus-Cheek, Barkley, Hudson-Odoi e Gary Cahill. A maioria do elenco é formada por europeus de diversos países, e também alguns sul-americanos importantes, como Higuaín (argentino), David Luiz e Willian (brasileiros).

Seleção inglesa

O “English Team” conseguiu ir longe na Copa do Mundo de 2018, alcançando as semifinais, mas acabou sendo eliminado pela surpreendente Croácia. A equipe tem feito boas campanhas também nas categorias de base. Mas fica evidente que essas pequenas evoluções da seleção inglesa não possuem uma forte ligação com os sucessos dos clubes europeus.

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