Hoje na 5ª divisão dos EUA, Joel Santana critica futebol brasileiro: “muito grosso”
Joel Santana vai ter tempo de sobra para gastar o seu inglês. O folclórico treinador de 68 anos, que “quebrou a internet” ao conceder entrevista no idioma quando comandava a seleção da África do Sul, assinou na semana passada com o Black Gold Oil. Não conhece? Não tem problema… Trata-se de um clube que deverá disputar a United Premier Soccer League (UPSL), liga semiprofissional equivalente à quinta divisão dos Estados Unidos.
Em entrevista exclusiva a Flavio Prado que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan, Joel celebrou o novo desafio e prometeu levar a “ginga brasileira” à Terra do Tio Sam – ele não trabalhava desde abril, quando se desligou do comando técnico do Boavista, do Rio de Janeiro.
“Conheci Japão, África do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes. Agora, chegou a hora de conhecer essa potência, que são os Estados Unidos, e fazê-la gostar tanto de futebol como nós. Surgiu essa oportunidade, e aceitei imediatamente”, explicou Joel.
“Os Estados Unidos são um país em que qualquer brasileiro gostaria de trabalhar, e comigo não é diferente. Vou procurar levar para lá o esporte em que ainda somos pioneiros. Vamos tentar levar para a Terra do Tio Sam o que há de melhor na nossa terra, que não é só samba, mas o futebol”, acrescentou.
Quando questionado sobre quais características do futebol brasileiro gostaria de implementar no clube norte-americano, Joel aproveitou para tecer duras críticas ao esporte praticado em solo tupiniquim. O treinador, que foi campeão carioca pelos quatro grandes do Rio, acha que o futebol nacional perdeu a identidade ao passar por um nocivo processo de europeização.
“Estamos nos preocupando muito com resultado, e não com o espetáculo. Estamos tentando imitar os europeus, o que é um erro muito grande. O futebol europeu é matemático. Eles não driblam, não sambam, não sapateiam, não fazem nada. Futebol brasileiro é finta, drible, ginga, pensamento rápido, e só falamos em marcação alta, marcação baixa… Só pensamos em marcar”, criticou.
“Hoje, a gente se preocupa mais com posse de bola do que com chute a gol. O futebol brasileiro começou a ficar muito grosso… Os únicos jogadores que despontam em algumas equipes são aqueles que ainda trazem um pouquinho da nossa história. Se resgatarmos as nossas origens, voltaremos a ser os melhores do mundo. Pode escrever”, finalizou.
Joel Santana vai começar a trabalhar no Black Gold Oil ainda neste mês.
Veja imagens da apresentação de Joel Santana no novo clube.
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