Hoje na Arábia, Giuliano admite chateação por não ter ido à Copa, mas mantém esperança: ‘Eu não esqueci a Seleção’
Relacionado para 11 das 19 partidas disputadas pela Seleção Brasileira de Tite antes da convocação para a Copa do Mundo, Giuliano foi a ausência mais inesperada da lista anunciada pelo treinador para o Mundial da Rússia. Utilizado em seis e titular em três jogos com a camisa verde e amarela, o meia gozava da confiança do técnico e, para não perder vaga à Copa, chegou até a trocar de clube: percebendo que não teria espaço no Zenit, da Rússia, transferiu-se ao Fenerbahce, da Turquia, menos de um ano antes do Mundial. Os números na equipe turca foram bons (14 gols e cinco assistências em 30 atuações), mas, mesmo assim, o atleta não foi recrutado – em seu lugar, embarcou à Rússia o atacante Taison.
Quase um ano se passou desde então. E Giuliano admitiu ter ficado “bastante triste e chateado” com a ausência na lista de Tite. Em entrevista exclusiva ao repórter André Ranieri, da Rádio Jovem Pan, o meia de 28 anos relembrou que foi chamado para 90% das partidas disputadas pela Seleção nas Eliminatórias e disse que, por esse motivo, achava que tinha “grande chance” de ir à Rússia – expectativa essa que se transformou em frustração ao ver que fazia parte apenas da “lista de espera” divulgada pelo treinador.
“Quando recebi a notícia (de que não havia sido convocado), eu fiquei bastante chateado, bastante triste, porque, na minha cabeça, eu tinha grande chance de ir à Copa”, afirmou Giuliano. “Eu havia participado de 90% das convocações nas Eliminatórias, cheguei a ser titular e, quando joguei, joguei bem, consegui agregar à equipe. Mas, por outro lado, sei que o futebol é muito competitivo, que há muitos jogadores de qualidade e que, no fim, a minha ausência talvez se explique por questões táticas, por preferência, por momento… Faz parte do futebol. Fica o aprendizado, a experiência e o sentimento de que eu posso fazer melhor, evoluir”, acrescentou.
O desejo de ir à Copa era tão grande que interferiu até no rumo da carreira de Giuliano. Então no Zenit, da Rússia, o meia levou em consideração uma frase dita por Tite para trocar de clube em agosto de 2017, ou seja, menos de um ano antes do Mundial. “Eu tive a melhor temporada da minha carreira no Zenit. Mas, na temporada seguinte, houve uma mudança muito grande na parte diretiva, na comissão técnica do clube. E eu percebi que o treinador não contava comigo. Ele não me via como um jogador titular no sistema dele. Observando isso, eu tomei a decisão de sair. Em uma das convocações, o Tite foi muito claro de que, para que pudéssemos fazer parte da Seleção, nós tínhamos que estar em grande nível e jogando. E isso foi uma coisa que pesou muito para mim”, explicou.
No fim, apesar dos 14 gols e cinco assistências nos primeiros 30 jogos pelo Fenerbahce, a mudança de clube não foi suficiente para Giuliano ir ao Mundial. Ainda assim, o jogador não se arrepende da decisão. “Eu fui muito feliz na minha escolha. O Fenerbahce abriu as portas para mim, e eu tive um ano espetacular. Fui o artilheiro do time no Campeonato Turco e o líder em assistências. Foi uma temporada bastante interessante. Hoje, olhando para trás, eu não me arrependo da escolha. Entendo que ela foi acertada”.
Realidade agora é outra, mas esperança continua
A careira de Giuliano tomou outro rumo após a Copa do Mundo. Vítima das crises política e financeira que assombraram a Turquia, o meia deixou o país e assinou por três anos com o Al Nassr, da Arábia Saudita, em agosto de 2018. Os 14 gols em 36 jogos pela nova equipe são animadores, é verdade, mas o atleta sabe que a transferência para um país de pouca tradição o deixa distante do radar de Tite. Ainda assim, o sonho de voltar a vestir a camisa verde e amarela sobrevive.
“Eu não esqueci a Seleção Brasileira”, afirmou. “Na minha cabeça, eu ainda tenho condições de servir ao meu País. É claro que eu tenho de ser realista. Sei que, nesse momento, a Seleção está um pouco distante, mas o que eu posso fazer é trabalhar, continuar evoluindo e, na hora certa, tentar voltar à Seleção”, complementou.
Qualidade para isso, de acordo com Giuliano, não lhe falta. “Eu sou um jogador polivalente, consigo atuar em várias posições. A que mais me agrada é a do camisa 8. Gosto de me movimentar, ter a bola, criar. Ao mesmo tempo, tenho a capacidade de entrar na área e finalizar. O fato de eu ter essa versatilidade me ajuda muito, porque eu posso jogar em diferentes setores. Já joguei como segundo volante, terceiro homem de meio de campo, de 10, de extremo e até como falso atacante. Isso é importante”, finalizou.
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