Médico da FPF: ‘Os clubes deveriam manter os jogadores isolados por 15 dias’

  • Por Jovem Pan
  • 22/04/2020 08h38
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VAN CAMPOS/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO Lucas Lima, do Palmeiras, em ação durante partida diante da Ferroviária

O Campeonato Paulista será retomado com uma série de cuidados para os jogadores e bem provavelmente sem a presença de torcida nos estádios. Em entrevista ao “Estado”, nesta quarta-feira (22) o diretor médico da Federação Paulista de Futebol (FPF), Moisés Cohen, não estipula prazos para a volta do torneio, mas revelou que a entidade vai divulgar em breve um protocolo de cuidados para os clubes retornarem aos trabalhos após o período mais crítico da pandemia do novo coronavírus.

“Estamos fazendo um protocolo de orientação da FPF para os clubes paulistas para a volta do campeonato. Este é objetivo. A única coisa que não sabemos, que é quando será esse retorno. Essa é a pergunta principal. Nós elaboramos alguns cuidados que vão desde a avaliação e os testes que deverão ser feitos antes dos jogadores se reapresentarem, depois uma nova bateria de testes durante essa fase e 15 dias depois mais um último teste”, disse o especialista.

A cartilha de recomendações será redigida em conjunto com os médicos das equipes e vai contemplar detalhes sobre a rotina de treinamentos e até a possibilidade de os jogadores utilizarem máscaras nas atividades.

“Nossa orientação será para se fazer um trabalho primeiro individual, depois grupo e na sequência, coletivo. Tudo isso demandaria de 15 a 20 dias. Do momento em que eles retornarem, não teria campeonato dentro desses 15 a 20 dias. Temos de orientar também quem trabalha no clube, comissão técnica até o pessoal da manutenção. A orientação é que todos voltem com o número mínimo de funcionários possível e seguindo todos os cuidados dos órgãos governamentais: uso de máscaras, luvas para quem for utilizar alimentos”, revelou Cohen.

O médico, no entanto, reconheceu que nem todo os clubes possui condições de abrigar todos os seus funcionários dentro das instalações. Além disso, Moisés Cohen também falou sobre a dificuldade em realizar testes em todos os atletas do campeonato. Ele também não soube responder quem pagaria esses testes.

“Esta é outra questão. Quem paga a conta? Esses testes não estão fáceis, porque tem alta demanda e o preço foi lá para cima. Mas isso vai regularizar. Obviamente que os importadores estão trazendo isso de outros países. A outra parte é saber quem paga. Por enquanto não foi discutido se será o atleta, o clube, a FPF ou a CBF. Mas as condições mínimas vamos colocar para os clubes seguir. Se nenhum clube fizer, fica complicado. O campeonato fica comprometido. Em uma partida o jogador poderá contaminar o companheiro do outro time. São muitas variáveis”, admitiu.

Por fim, o médico da FPF afirmou que não acredita no retorno do Campeonato Paulista com os portões abertos. “Em um primeiro momento, com todos esses cuidados sendo tomados, será com portões fechados, sem sombra de dúvidas. Isso vale até segunda ordem. As informações de que tratamos são muito variáveis. O que é verdade hoje pode não ser a verdade daqui uma semana. Tudo muda muito rápido”, concluiu.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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