Mogi se afunda, sofre debandada e pode não jogar na Série C
Um dos clubes mais tradicionais do interior de São Paulo, o Mogi Mirim vive uma crise sem precedentes na sua história. Atletas não recebem salários há cinco meses, o que motivou uma verdadeira debandada no elenco que disputa a Série C do Campeonato Brasileiro. O último a anunciar a saída foi o técnico Marcelo Veiga, que pretende se desligar do cargo até o fim da semana.
“A dificuldade financeira do clube é muito grande. O presidente não tem conseguido cumprir os compromissos, e tem atletas sem receber salário há cinco meses… A perspectiva de saldar isso é muito complicada. Por essa razão, muitos saíram”, explicou Veiga, em entrevista exclusiva a José Manoel de Barros que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan.
Neste momento, o Mogi Mirim conta com apenas 15 jogadores à disposição para jogar a Série C, sendo que dois deles são goleiros. Deixaram o clube reclamando de atrasos salariais: o goleiro Maringá, o zagueiro Diego, o meia Pretinho, o meio-campista Anderson Rosa e o meia-atacante Tatuí. Na lista de lesionados estão: o volante Clayton, o lateral-esquerdo Alex Cazumba, o volante Moradei e o meio-campista Vitinho.
Como a fase de contratações já foi encerrada e há um limite no número inscritos para terceira divisão nacional, o clube vive uma situação um tanto quanto delicada, correndo o risco de até não mandar um time a campo na partida contra o Bragantino, no próximo sábado, em Bragança Paulista.
“Essa é a pior coisa que eu já passei”, definiu Marcelo Veiga. “Tem dificuldades na parte financeira, na parte de funcionários, falta de alimentação… Eu nunca tinha vivido uma situação como essa. A estrutura física do Mogi Mirim é muito grande, maravilhosa, mas isso requer uma condição financeira, que, infelizmente, o clube hoje não tem”.
“No sábado, o presidente nos prometeu que iria pagar os atletas na quarta, mas isso não aconteceu. Então, eles se recusaram a trabalhar. Como é que eu vou dirigir um time que tem 15 atletas para terminar a competição? É muito complicado. Agora, a ideia é eu me desligar. Já comuniquei ao pessoal do Mogi. Eu disse ao presidente que, se ele não tivesse condições de pagar os atletas para dar um número mínimo de 23 jogadores no elenco, seria muito difícil eu tocar o trabalho até o final. A minha intenção, agora, é me desligar”, finalizou.
O Mogi Mirim, que recentemente foi presidido pelo pentacampeão mundial Rivaldo, hoje é comandado pelo empresário Luis Henrique de Oliveira. Após 12 rodadas, o time ocupa a última posição do Grupo B da Série C, com apenas dez pontos. O rebaixamento à quarta divisão nacional é, no mínimo, iminente – são necessários 12 pontos em seis jogos para escapar.
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