No aniversário de 25 anos do tetra, Gilmar Rinaldi e Zetti lembram: ‘Foram muitas dificuldades’
Há exatamente 25 anos, o Brasil conquistava o tetracampeonato Mundial e comemorava como nunca nos Estados Unidos. A conquista da seleção brasileira tirou o peso das costas de um país que não levantava um troféu de Copa do Mundo por 24 anos, mais precisamente desde 1970, quando o planeta se rendeu a Pelé e companhia com a taça da Jules Rimet. Campeões do torneio, Gilmar Rinaldi e Zetti recordaram os momentos de glória.
De 1970 até 1994, o Brasil viveu um lapso de tempo desgosto e frustração, que nem mesmo a incrível equipe de 1982 comandado por Telê Santana e que encantou todos os continentes apresentando a arte futebolística teve o sabor de levantar o troféu mais cobiçado do esporte.
Para sair da fila, o técnico Parreira e o vitorioso Zagalo apostaram no pragmatismo. O futebol não foi bonito, mas a receita acabou dando certo. A união fez parte daquele grupo. Fator preponderante para a vitória. Um dos goleiros, Gilmar Rinaldi enfatizou a responsabilidade e a cobrança era demasiada em cima do elenco.
“É emocionante lembrar dessa conquista, da forma como foi conquistada, o que aconteceu. Foram muitas dificuldades, fora a pressão que sofremos. Só que o mais importante foi que todo mundo no início da preparação tinha um lema muito forte: nós vamos entrar para a história. Nós vamos fazer história”, contou Rinaldi.
Outro atleta, Zetti lembra que a carga foi ainda maior porque a morte de um ídolo nacional, Ayrton Senna, era muito recente e o Brasil estava entristecido.
“Tinha aquela cobrança de 24 anos sem título e também a situação do Ayrton Senna. Acho que isso contou muito. A energia, o lado positivo dos jogadores”, lembrou.
A campanha foi marcada com duas vitórias e um empate na fase de grupos. Nas oitavas de final, o Brasil venceu de forma heroica os anfitriões. Mesmo com 10 homens devido a expulsão de Leonardo a seleção canarinho bateu os Estados Unidos e passou às quartas.
Na sequência, mais um sufoco: classificação apertada em um 3 a 2 diante da Holanda. Já na semifinal, o resultado de 1 a 0 contra a Suécia colocou o Brasil diante da possibilidade de voltar a vencer o maior evento do futebol mundial.
Há 25 anos, naquela tarde de 17 de julho de 1994, sob um calor exorbitante em Pasadena, na Califórnia, o selecionado brasileiro entrava de mãos dadas no gramado, gesto que havia se repetido durante toda competição. Alí, carregavam as esperanças de uma nação.
A derradeira missão era vencer um adversário de muita tradição, a Itália. Com uma defesa sólida, meio campo ajustado e uma dupla pra lá de eficiente com Bebeto e um inspirado Romário, a final foi de tirar o fôlego.
A partida ganhou ares dramáticos após o 0 a 0 no tempo normal. A agonia dos pênaltis só terminou após a batida pra fora do astro a equipe italiana Roberto Baggio.
Orgulhoso do feito, Gilmar exaltou a conquista e detalhou a importância do tetracampeonato. “Pode ter certeza que valeu a pena. Até hoje, pode ter 7,5 milhões de pessoas. 370 campeões do mundo inteiro. E, no Brasil, noventa, sendo apenas 69 vivos. E nós estramos entre eles”, finalizou.
- Com informações de Daniel Lian
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