No caminho do Flamengo na Libertadores, Gallardo é o ‘Bonequinho’ que se transformou em ‘Napoleão’

  • Por Jovem Pan
  • 21/11/2019 16h04
David Fernández / EFE Gallardo

Marcelo Gallardo é a cara por trás do grande momento do River Plate, que venceu duas Taças Libertadores desde 2015 – justamente na primeira temporada com o ex-jogador comandando o time -, e vai atrás da terceira taça, neste sábado, na decisão contra o Flamengo, que acontecerá em Lima, no Peru.

Quando jogava no próprio ‘Millonario’, no Monaco, no Paris Saint-Germain, no DC United, no Nacional, do Uruguai, ou na seleção argentina, o talentoso meia era habitualmente chamado de ‘El Muñeco’ (O Boneco, em tradução livre), apelido que ainda é muito usado pela imprensa.

Gallardo explicou que passou a ser chamado assim quando subiu para a equipe principal do River, com “cara de bebê”, como ele próprio revelou: “Me diziam: ‘lá vai ‘el muñequito’. Pegou para sempre”.

Após encerrar a carreira em 2011, no Nacional, imediatamente assumiu o comando da equipe de Montevidéu. Menos de três anos depois, foi a vez de ser anunciado como técnico do clube que o revelou, e a partir daí recebeu um novo apelido: Napoleão, em referência ao francês Napoleão Bonaparte.

“É muito simples. Era um militar que convencia as tropas da estratégia de combate que deveriam utilizar. E assim é Marcelo. Os jogadores vão para o campo convencidos do plano. Depois, podem ganhar ou não, mas acreditam”, explicou Rodolfo D’Onofrio, presidente do River.

Gallardo, de apenas 43 anos e com menos de cinco anos no comando do clube de Núñez, já se tornou o maior campeão da história da instituição, com dez títulos, sendo duas Taças Libertadores. Com ele, os ‘Millonarios’ também venceram uma Copa Sul-Americana, três Recopas continentais, uma Copa Suruga Bank, duas Copas da Argentina e uma Supercopa nacional.

E vale lembrar que, nos últimos cinco anos, o técnico precisou remontar o elenco em diversas oportunidades, devido a saída de importantes jogadores, como de Marcelo Saracchi e Pity Martínez na temporada passada, Lucas Alario na anterior, Marcelo Barovero e Emanuel Mammana em 2016-2017, entre outros.

No dia 10 de dezembro de 2014, quando o River superou o Atlético Nacional por 2 a 0, e garantiu o primeiro título de Gallardo, na Copa Sul-Americana, a equipe atuou com Barovero; Mercado, Pezzella, Funes Mori e Vangioni; Sánchez, Ponzio (depois Kranevitter), Rojas e Pisculichi (depois Driussi); Mora e Gutiérrez (depois Cavenaghi).

De todos, apenas Ponzio segue fazendo parte do elenco, embora tenha perdido a condição de titular.

Além disso, Gallardo nunca escondeu a capacidade de adaptar o estilo da equipe ao adversário que enfrenta, o que faz do River um time difícil de ser batido. Que o diga o arquirrival, Boca, batido na final da Libertadores no ano passado, nas semis da edição atual, e também na decisão da Recopa Argentina, em 2017.

Os ‘Xeneizes’ ainda foram vítimas da equipe comandada pelo Napoleão de Núñez na conturbada série das oitavas de final da principal competição do continente, em 2015, e nas semifinais da Copa Sul-Americana, cinco anos atrás.

Nos 2 mil dias que se passaram desde a chegada ao River, Gallardo sempre mostrou muitas variações táticas, sem permitir que a equipe caísse bruscamente de nível. Contra o Flamengo, inclusive, não seria improvável uma mudança no habitual esquema 4-4-2 que utiliza prioritariamente.

Como já fez outras vezes, o técnico poderia escalar um zagueiro a mais, tirando um homem de meio, ou então, abrir mão de um dos atacantes, para reforçar a marcação na região central do campo.

O único aspecto do jogo que sempre seguiu inalterado nos times de “Muñeco” é a busca pelo controle do jogo, através de uma postura ofensiva, algo que lembra muito as características do habilidoso e explosivo jogador.

Por outro lado, é difícil imaginar um time que não reflita exatamente o que Gallardo indicar para duelar com o Flamengo, no melhor estilo “Napoleão” que o consagrou como um dos melhores treinadores do planeta.

*Com informações da EFE

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