Os goleiros de Tite
Alisson é o camisa um de Tite e já era do preparador de goleiro da Seleção desde Dunga, em outubro de 2015. Na melhor fase da carreira pela Roma semifinalista da Champions muito por conta de alguns milagres do ex-colorado, a primeira escolha de Taffarel não se contesta. Fora um frangaço (anulado) contra o Equador, na Copa América-16, sempre foi muito bem também pela Seleção. Até quando era reserva na Itália.
Ederson é outra escolha muito feliz de Taffarel, que ficou muito impressionado com o que viu em treinos dele ainda no Benfica, e o trouxe em março de 2017 para o Brasil (ele já seria o goleiro de Rogério Micale na Olimpíada se o clube português tivesse liberado). No Manchester City só melhorou. Também com os pés. Ataca a bola, tem agilidade e velocidade nas ações. Potencial para ser titular. Camisa 12 em 2018. E também não se discute.
Uma das cinco camisas em aberto de Tite é a 22, a de terceiro goleiro. Cássio está na frente. Pela capacidade vencedora, pela ótima fase desde 2017, pelo conhecimento que Tite tem dele de Corinthians. E por aceitar a condição de terceiro goleiro.
O treinador jogou claro com o grupo. Não apenas quer atletas prontos para a luta pelo hexa possível. Quer também pessoas que saibam tolerar a possibilidade de não entrarem em campo. Tite não quer ter apenas jogadores prontos para jogarem. Quer gente disposta a aceitar a condição de não jogar. Caso claro do terceiro goleiro.
Em Copas, os terceiros goleiros Victor (2014), Doni (2010), Júlio César (2006), Rogério Ceni (2002), Dida (1998), Gilmar (1994), Zé Carlos (1990), Leão (1986 e 1970), Carlos (1982), Valdir Peres (1978 e 1974) e Cabeção (1954) não jogaram. Reservas imediatos, aliás, só atuaram a partir de 1950: Manga (Vicente Feola usou 20 dos 22 convocados em 1966) e Rogério Ceni (homenageado por Parreira em alguns minutos contra o Japão, em 2006). Fora o Mundial de 1954, até 1966 eram apenas dois goleiros os chamados.
Tite sabe a pressão que ainda recebe por não ter chamado ao menos uma vez o santista Vanderlei. O melhor goleiro do Brasil em média e acima dela desde 2015. Quando poderia/deveria ter chamado, optou por Muralha, que vinha bem no Flamengo que disputava o título do BR-16. Talvez seja o maior arrependimento do treinador. Por tudo que seguiu defendendo Vanderlei. Por tudo que desmoronou o ex-rubro negro.
Marcelo Grohe foi um dos três primeiros convocados para a meta, em setembro de 2016. E só melhorou desde então. Brilhante na conquista da Libertadores-17. Cara de grupo. Pra cima. Também por isso ainda está no páreo. Neto foi o terceiro goleiro dos últimos amistosos. Não jogou. Mas tem atuado muito bem no Valencia. E foi de ótima quando avisado por Tite que não ficaria nem no banco. Ganhou pontos demais com a comissão técnica pelo comportamento. Também pode sonhar com a camisa 22. Posição que Tite pode definir nas últimas horas antes da convocação final.
Ele e os treinadores de goleiros, Taffarel e Maia, são claro os que definem os nomes juntos com todos os demais membros da comissão técnica. A palavra final é de Tite. Mas ele ouve muito a comissão técnica. Excelentes goleiros como Fábio não tiveram ao menos uma chance merecida pela obra. Não terão agora.
Outros passaram sem deixar grandes marcas. Weverton tinha feito ótima Olimpíada um mês antes do primeiro chamado. Hoje é terceiro goleiro do Palmeiras. Foi convocado seis vezes. Muralha, três. Muitas chamadas para goleiros do nível deles. E com outras ótimas opções. Danilo Fernandes foi lembrado para a Seleção apenas com atletas no Brasil. Vinha bem. Merecia a lembrança. Diego Alves (então meu preferido, em junho de 2017), não foi o mesmo no Flamengo – além de lesão séria.
E nunca foi um nome muito cotado por vários treinadores nos últimos 10 anos. Tite e Taffarel só têm mesmo uma dúvida. Na Copa estarão Alisson e Ederson. E possivelmente Cássio.
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