Palmeiras 103 anos: sete erros que deixaram os torcedores sem motivos para comemorar
Neste sábado (26), o Palmeiras completa 103 anos de história. E diferente do último aniversário, quando o time liderava o Campeonato Brasileiro e caminhava para o seu nono título nacional, em 2017 o clube e os torcedores não têm muitos motivos para celebrar a data.
Atualmente, o Verdão se encontra em quarto lugar na tabela de classificação da competição, bem distante do líder e arquirrival Corinthians – são 17 pontos de diferença. No entanto, os problemas e as lamentações alviverdes vão bem além da incomoda posição no Brasileirão.
As recentes eliminações na Copa do Brasil e, principalmente, na Libertadores não agradaram nem um pouco os palmeirenses na atual temporada. O sonho de conquistar o bi da América chegou ao fim precocemente e de forma melancólica.
A Jovem Pan lista sete erros cometidos pela diretoria que deixaram os torcedores sem motivos para comemorar o 103º aniversário da Sociedade Esportiva Palmeiras. Confira:
Priorizar a Libertadores
Em 2017, diretoria e elenco fizeram jus ao canto da torcida e transformaram a Libertadores em obsessão. O comportamento acabou saindo do controle e levou o clube a priorizar a competição sul-americana, abrindo mão precocemente das demais competições. No Brasileirão, por exemplo, o Palmeiras entrou com time misto já na segunda rodada, diante da Chapecoense. Muitos pontos “fáceis” foram desperdiçados, deixando o time distante dos líderes.
Reforços não vingaram
Assim como aconteceu nos últimos anos, o Palmeiras iniciou a temporada com uma lista de reforços: Hyoran, Raphael Veiga, Michel Bastos, Keno, Guerra, Antônio Carlos, Luan, Juninho, Mayke, Willian, Felipe Melo, Borja, Bruno Henrique e Deyverson. Porém, algumas das contratações não surtiram efeito. Borja, o mais caro, não conseguiu repetir as atuações do Atlético Nacional, e Felipe Melo, o mais badalado, se destacou mais pelas polêmicas do que pelo futebol.
Elenco desequilibrado
Na busca por reforços para a temporada 2017, o diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, priorizou alguns setores da equipe, como o ataque, e acabou esquecendo de posições importantes, como as laterais. Jean, titular absoluto em 2016, caiu de rendimento, assim como Zé Roberto, que parece ter sentido o excesso de jogos. Seus substitutos, Fabiano, Mayke e Egídio, Tchê Tchê e Michel Bastos improvisados, também não foram bem quando tiveram oportunidade.
Troca de treinador
Se em 2016 a troca de Marcelo Oliveira por Cuca deu resultado, em 2017 a substituição de Eduardo Baptista por Cuca ficou longe de dar certo. O treinador retornou com moral em maio, mas a falta de tempo para treinar e as caras novas no elenco impediram Cuca de repetir o feito do último ano. Derrotas e eliminações somadas à polêmica com Felipe Melo aumentaram a pressão sobre o treinador e acabaram levando parte da torcida a questionar seu trabalho.
Diretoria ausente
Se dentro de campo os jogadores e a comissão técnica devem ser responsabilizados pelo mau momento do Palmeiras, fora das quatro linhas Alexandre Mattos e Maurício Galiotte podem ser apontados como culpados. O diretor Mattos falhou no planejamento ao investir em reforços que não surtiram efeito e o presidente Galiotte, por sua vez, se mostrou um cartola ausente. Viajou com a Seleção Brasileira e chegou até a tirar férias nos momentos mais conturbados da temporada.
Influência do patrocinador
Dinheiro pode não ser problema para a Crefisa, parceira do Palmeiras. Mas a interferência no clube, sim. O alto investimento feito pela empresa na temporada, ao bancar a vinda de jogadores como Guerra e Borja, ambos do Atlético Nacional, fez com que a pressão sobre o time aumentasse. As declarações de Leila Pereira, dona da Crefisa, sobre a conquista de títulos como a Libertadores também contribuíram para isso. A expectativa não foi atendida.
“Real Madrid das Américas”
O apelido de “Real Madrid das Américas” partiu da imprensa, mas logo ganhou a torcida e chegou ao elenco. Em muitas entrevistas, jogadores deixaram escapar o deslumbramento pelo momento do clube, que era apontado como favorito em todas as competições. Com um ar de soberba, palmeirenses menosprezavam as derrotas em jogos “fáceis”, como do Paulistão, para valorizar a Libertadores. Mal sabiam que os tropeços eram sinais dos vexames que estavam por vir.
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