A César o que é de Maluco. Corinthians 0 x 1 Palmeiras
Em um sábado à tarde chuvoso de 1993, o Derby decisivo do Paulista foi encerrado às 18h31, quando dez palmeirenses celebraram os 4 a 0 contra oito corintianos em arbitragem polêmica. Em um sábado menos chuvoso e frio de 2018, dez palmeirenses foram a Itaquera e voltaram com justa vitória contra dez corintianos, no clássico terminado 18h34, nas mãos seguras de Jailson. O craque do Palmeiras no SP-18 ao lado de Felipe Melo.
Volante que faz a função que em 12 de junho de 1993 foi do capitão César Sampaio, o melhor em campo no maior Derby para os palmeirenses, mesmo com uma bola no tornozelo baleado na primeira partida por Leandro Silva, e ainda tendo de anular o artilheiro do SP-93 (Viola). Capitão verde que celebrou justo neste sábado o aniversário com grande vitória na Arena Corinthians. Em partida de poucas chances – como o esperado em clássico muito esperneado: seis oportunidades alvinegras (apenas uma grande defesa de Jailson), só três alviverdes. E, na primeira, aos 6 minutos, Dudu quis cruzar e mandou a bola no travessão, Willian pegou o rebote e deu a Borja abrir o placar, desmarcado pela desatenta defesa corintiana.
Gol do artilheiro do SP-18 que eu não teria escalado com tudo que jogou Keno nas partidas contra o Santos, com tudo que Willian é importante para o Palmeiras. O Corinthians sentiu. Roger recuou um tanto seu time, mas não demais. Manteve Dudu e Willian pelos lados travando o apoio de Fagner e Sidcley, Lucas Lima um pouco mais adiante. O Palmeiras soube marcar, ainda que criando muito pouco. O Corinthians pareceu sentir também a questão física do desgaste de quarta. Matheus Vital e Clayson pelos lados não fluíram, os laterais também pouco apareceram (também porque bem cercados), Maycon não deu a dinâmica necessária, e Rodriguinho e Sheik não funcionaram na frente.
O jogo caminhava para o intervalo quando Borja e Henrique se estranharam para amarelo, e Clayson e Felipe não fizeram nada diferente do que tem feito: tretaram de modo infantil, FM passou por trás do corintiano e tirou lasquinha nas costas dele – que revidou. Não era fácil para qualquer árbitro tomar alguma decisão. Ainda mais para um árbitro comum como Leonardo Bizzio Marinho, exposto pela própria infantilidade e amadorismo ao talibanismo das redes sociais por se manifestar como torcedor mesmo sendo árbitro (se ainda fosse competente e corajoso como o tricolor assumido como Dulcídio Boschillia, outra coisa; nestes tempos, paga pelo que fez e pelo que não desfez). Na confusão, Bizzio fez o que qualquer um possivelmente faria: expulsaria os dois litigantes, e amarelaria os dois que iniciaram. (E Felipe, claro, pagou pelo conjunto da obra, pela ficha corrida. Fosse César Sampaio, não teria sido expulso. E nem causaria tanto antes, durante e depois).
Roger reconstituiu a equipe na segunda etapa com Moisés, que voltou muito bem ao lado de Bruno Henrique. Lucas Lima foi adiantado e o Palmeiras praticamente atuou no 4-4-1. O Corinthians plantou na cabeça da área Gabriel (que merecia o vermelho pelo conjunto da obra, também pelo braço que deixou no rosto de Moisés, aos 6), e fez uma linha de quatro à frente com Pedrinho (que de novo entrou tarde, aos 9 minutos), Sheik (que demorou para ser substituído por Danilo, aos 37), Rodriguinho e Romero.
Não foi suficiente. Também pela boa marcação do Palmeiras e com ótima entrada do estreante Diogo Barbosa para marcar o excelente Pedrinho. Maycon chutou por cima, aos 25 minutos, e Rodriguinho bateu colocado nas mãos de Jailson, aos 38. Pouco, quase nada pela necessidade contra um Palmeiras que teve uma chegada perigosa com Willian na segunda etapa mais nervosa que bem jogada e mais nada.
O que pode ser suficiente para o Palmeiras garantir o título numa semana longa para o time que ainda tem Libertadores, enquanto o Corinthians só vai treinar e pensar na volta ainda possível.
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