Economista acaba com mito de que Palmeiras depende da Crefisa, mas vê outros problemas
Existe um mito entre torcedores paulistas: rivais costumam acusar o Palmeiras de depender financeiramente da Crefisa, patrocinadora master do clube. Mas o estudo de Cesar Grafietti, economista do Itaú que comandou a “Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros”, aponta que os problemas do Verdão são outros.
Cesar explicou o que vai acontecer se a Crefisa parar de patrocinar o Palmeiras em breve: “O clube vai ter menos dinheiro para investir. Mas não significa que vai deixar de funcionar. O Palmeiras tem marca e torcida para conseguir um patrocínio com pelo menos 40% ou 50% do que a Crefisa paga. E o clube tem outras receitas, como os direitos de TV e o estádio. Então talvez tivesse que vender alguns jogadores, mas não deixaria de ser uma potência e continuaria competitivo”.
Leila Pereira, que comanda o patrocínio da Crefisa no Palmeiras, costuma manifestar vontade de continuar trabalhando com o clube a longo prazo. Porém, uma mudança no grupo político que comanda o Verdão pode incomodá-la. E neste ano haverá eleições.
A análise do Itaú, feita com base no balanço financeiro de 2017, mostra que o patrocínio da Crefisa representa apenas 35% da receita palmeirense. Portanto de fato o time teria outros recursos para continuar forte, o que faz o Verdão ser um dos 3 melhores times do Brasil em gestão financeira.
“Está junto com Flamengo e Grêmio e melhor do que os 3 rivais paulistas. Tem condições de se manter equilibrado, não depende só do patrocinador. Tem uma estrutura que mantém a estabilidade”, elogiou Cesar, que analisou os 4 times paulistas em entrevista à Jovem Pan. O Corinthians já foi abordado. As análises de Santos e São Paulo serão publicadas durante esta semana.
Um dos problemas do Palmeiras, segundo o economista, é que não está aproveitando esportivamente o apoio da Crefisa: “Foi campeão da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro, mas não ganhou nada no ano passado e não tem encaixado os melhores trabalhos esportivos”. Em 2018 o time tem chance de resolver esse problema, pois briga pelos títulos da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro.
Para evoluir no quesito esportivo, o Palmeiras também precisa investir nas categorias de base. E apesar de o clube não ter feito isso inicialmente, Cesar vê uma evolução recente: “Não tem como revelar um Gabriel Jesus sempre. Mas tem jogadores que ajudam a compor o elenco. O que o Palmeiras precisa é garantir que a base forme jogadores para, em uma eventualidade da patrocinadora sair, encaixar jogadores no time, para o custo ficar mais baixo. OMas o Palmeiras já evoluiu muito nisso nos últimos 4 anos”, concluiu.
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