Premiação baixa expõe defasagem e pouca atratividade do Paulistão
A temporada 2018 começa nesta quarta-feira (17) para os clubes, com o início da maioria dos Estaduais, com um incentivo pequeno se for levada em consideração apenas a premiação distribuída. Até mesmo o mais valorizado do Brasil, o Campeonato Paulista, oferece um atrativo baixo para o campeão. Quem erguer a taça ganhará R$ 5 milhões, valor 13 vezes menor do que o prêmio da Copa do Brasil e 25% do dinheiro entregue ao vencedor do Campeonato Brasileiro.
A premiação destinada pela Federação Paulista de Futebol (FPF) ao campeão é a mesma do ano passado. O segundo colocado ganhará R$ 1,6 milhão. O último reajuste foi antes do Estadual de 2016. Ainda assim, a competição é bem mais rentável do que outros regionais. No Rio, o vencedor receberá cerca de R$ 3,5 milhões pelo título.
Enquanto o Paulista manteve o valor entregue ao campeão, outras competições brasileiras tiveram incremento no incentivo financeiro. O grande salto foi da Copa do Brasil. Em vez dos R$ 13,3 milhões repassados em 2017, nesta temporada serão R$ 68,7 milhões para quem vencer o mata-mata nacional.
Apesar de a premiação ser baixa, o Estadual se torna rentável aos clubes pelas negociações de direitos de transmissão. Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo recebem cada um R$ 20 milhões, segundo apurado pelo jornal O Estado de S. Paulo. A Ponte Preta ganha cerca de R$ 7 milhões da TV.
No entender da FPF, mesmo com valores abaixo das demais competições do calendário, o Estadual repassa um prêmio considerável por ser um torneio de curta duração e com poucas datas, 18 para quem for finalista, ante 38 rodadas para quem joga o Campeonato Brasileiro. Além disso, segundo a entidade, as cotas de televisão representam quantia interessante para todos os participantes.
A FPF disse ter sido impossível fazer o reajuste de premiação para 2018, pois não houve novo contrato dos direitos de transmissão, e afirmou ter promovido nos últimos anos um grande acréscimo nas recompensas para quem faz boas campanhas.
“A FPF realizou um aumento histórico em todas as faixas de premiação e cotas aos clubes do Paulistão nos últimos anos. A distribuição dos prêmios saltou 200% em quatro anos, de R$ 3,9 milhões para R$ 11,7 milhões, muito acima da inflação no período”, disse a entidade.
CLUBES – Diante de um longo calendário até dezembro, as equipes grandes encaram o torneio estadual como forma de preparação para disputas mais desejadas, como a Copa Libertadores, que terá Corinthians, Palmeiras e Santos. O São Paulo é quem dispensa olhar mais cuidadoso, por ser o clube grande há mais tempo sem ganhar a competição. O último título foi em 2005. Além disso, o time vem de uma temporada muito ruim no ano passado, quando lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
“O Campeonato Paulista é um caso à parte. Só vamos descobrir algo diferente nos momentos finais da competição, daqui alguns meses”, afirmou o treinador da equipe, Dorival Júnior.
A premiação pode ser baixa para os times da capital, mas é um sonho para quem é do interior e tem orçamentos diminutos. Para o presidente do Mirassol, Edson Ermenegildo, apesar da manutenção no valor, o Paulistão continua atrativo principalmente pelos direitos de TV.
“A manutenção dos valores na premiação não desprestigia o campeonato, porque foi uma opção manter e, por outro lado, aumentar a cota de participação dos clubes”, disse o dirigente ao Estadão. “Mas é evidente que esperamos que na próxima renovação de contrato com a televisão, nós tenhamos uma maior remuneração”.
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