Pressão da Copa América fez Tite adiar renovação na Seleção Brasileira

Wilton Junior/Estadão Conteúdo Tite é o atual treinador da Seleção Brasileira

Poucas vezes a Copa América foi uma competição realmente importante para a Seleção Brasileira. Em edições recentes, os técnicos levaram até times alternativos para fazer testes e dar experiência a jovens. Mas em 2019 a situação é bem diferente. Tite sabe que está sob pressão e corre risco até mesmo de demissão, afinal a competição é em casa. Além disso, o Brasil vem de uma decepção recente na Copa do Mundo, além de amistosos pouco animadores.

Por isso Tite repete desde o ano passado: “Tem que ganhar a Copa América. A Seleção Brasileira te exige isso. Eu não sou puritano pra não saber que eu preciso de desempenho e resultado”.

Toda essa pressão justifica a baixa renovação na convocação do Brasil. Apenas 40% dos jogadores chamados para a Copa América não estavam na Copa do Mundo. Tite até tentou renovar o time, mas desistiu no meio do caminho. Preferiu chamar Daniel Alves em vez de Danilo. Optou por Miranda no lugar de Dedé. Levou Fernandinho na vaga que poderia ser de Fabinho.

Chama atenção como Tite convocou jogadores de idade elevada, que provavelmente não estarão em alto nível na Copa do Mundo de 2022. São 5 atletas com mais de 32 anos: Daniel Alves, Filipe Luís, Miranda, Thiago Silva e Fernandinho.

Uma renovação maior poderia ter sido feita. Jovens como Maycon, Felipe Anderson, Rodygo, Lucas Moura e Vinicius Junior teriam condições de participar.

Mas esses jogdores só apareceriam se Tite não sofresse tanta pressão. Apenas se ele tivesse o aval para fazer observações e talvez perder por isso, com respaldo da diretoria. Atualmente o cenário é justamente o contrário: Tite precisa ganhar de qualquer forma, assim preferiu até usar velhos conhecidos em campo.