Romário será testemunha em caso que investiga ex-presidente do Barcelona
O senador pelo Rio de Janeiro e ex-jogador Romário será testemunha nesta quarta-feira e prestará depoimento via videoconferência à juíza da Audiência Nacional Carmen Lamela. Ela investiga o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell por supostamente lavar 6,5 milhões de euros procedentes da venda de direitos de jogos da Seleção Brasileira.
Romário está citado para depor às 14h (de Brasília), depois que a juíza enviou uma comissão rogatória ao Brasil em dezembro do ano passado pedindo seu testemunho, em vista de sua participação na comissão legislativa criada pelo Senado para investigar irregularidades no futebol do País.
Rosell está preso preventivamente desde maio do ano passado, e a Audiência Nacional negou várias vezes sua libertação, ao entender que os 400 mil euros oferecidos como fiança não minimizam o “altíssimo” risco de fuga e ao considerar que o ex-presidente do Barcelona esteve “movimentando suas influências para conseguir um refúgio blindado à sua extradição”.
O dirigente é acusado de lavagem de dinheiro e filiação a organização criminosa.
Por sua vez, a defesa do ex-presidente do Barcelona apresentou um escrito à juíza no qual ressalta a “inimizade manifesta” entre Romário e Rosell, que pode provocar uma “falta de objetividade e imparcialidade da testemunha”.
No documento, o dirigente põe em dúvida as possíveis manifestações do ex-jogador, que “acumula múltiplos procedimentos judiciais pelos quais foi investigado e condenado em alguns casos”.
Rosell considera que Romário aceitou depor porque “deseja se transformar no próximo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)” e afirma que o relatório da Comissão do Senado teve “pouca aceitação” do Ministério Público, que não iniciou nenhum procedimento para investigar os fatos porque no Brasil não existe o crime de corrupção entre particulares.
Tal comissão foi criada a pedido de Romário, que há anos vem denunciando a corrupção no futebol e que em diferentes ocasiões se referiu ao ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira – também envolvido neste caso de corrupção e a quem a justiça espanhola não conseguiu localizar – como “corrupto” e “rato”.
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