Em noite decisiva, Guerrero comanda vitória do Inter sobre o Santos
Mesmo com as mudanças táticas impostas por Cuca, paulistas não conseguiram se impor fora de casa
Com um domínio surpreendente, o Internacional derrotou o Santos por 2 a 0, nesta quinta-feira, e faturou sua segunda vitória no Brasileirão, com mais uma atuação decisiva do peruano Paolo Guerrero. No Beira-Rio, o time gaúcho se impôs com facilidade sobre os paulistas, perdidos em campo, mesmo com as mudanças táticas promovidas por Cuca. O Santos, que empatou na estreia, ainda não venceu o campeonato.
Guerrero deixou sua marca e deu assistência para Edenilson sacramentar a vitória, confirmando um domínio inesperado do Inter na partida – com direito a posse de bola de até 72%. O dono da casa foi superior em todos os setores ao longo dos 90 minutos, mais versátil e perigoso, principalmente no meio-campo. Do outro lado, o Santos voltou a sofrer com bola aérea, algo recorrente no Paulistão.
Ainda tentando impor seu estilo, após assumir o time às vésperas do início do Brasileirão, Cuca surpreendeu nesta quinta ao escalar o Santos no 3-5-2, embora não tenha conseguido manter o esquema por muito tempo. Aos 15 minutos de jogo, Luiz Felipe sofreu lesão e o treinador descartou a formação com três zagueiros, colocando o atacante Kaio Jorge em campo.
Tanto no 3-5-2 quanto no 4-3-3 o Santos foi um alvo fácil para o Inter no primeiro tempo. Perdido em campo, não conseguia sequer articular uma jogada no meio-campo. Na única oportunidade criada, Marinho levou perigo em cobrança de falta na área. Isso somente aos 45 minutos.
O time gaúcho chegou a registrar 72% de posse de bola na etapa inicial. O volume de jogo era tal que o primeiro tempo foi um duelo de ataque contra defesa. Com marcação alta, os donos da casa não tomavam conhecimento dos três zagueiros do Santos em campo. Antes da mudança de Cuca, o Inter quase abriu o placar aos 9, em que Lucas Veríssimo carimbou o travessão e quase marcou contra.
Cinco minutos depois, Thiago Galhardo falhou em chance impressionante de gol. Após cruzamento rasteiro de Patrick, o atacante, mesmo diante do gol vazio, pegou mal e a bola atravessou a pequena área, fora da direção do gol. Patrick ainda tentou completar para o gol, mas, totalmente sem ângulo, acertou o pé da trave.
Independente do esquema tático, o Santos não conseguia sair da defesa. Falhava até em lances bobos, em fáceis trocas de passe. O time paulista não sabia o que fazer diante da forte mobilidade exibida pelo meio do Inter, com Rodrigo Lindoso, Patrick, Edenilson e Boschilia flutuando em todas as posições do setor. O anfitrião só não terminou o primeiro tempo com gols porque se excedeu em falhas nas finalizações.
Para o segundo tempo, Cuca trocou Pituca, Alison e Sánchez por Tailson, Ivonei e Jobson. Reconstruiu, assim, o meio-campo santista. Mas pouco mudou no confronto. O Inter seguia melhor, e agora mais eficiente. Aos 11, abriu o placar. Saravia cruzou com precisão na cabeça de Guerrero, que não perdoou. Cabeceou para o chão, sem dar qualquer chance a Vladimir. Dos 18 gols sofridos pelo Santos neste ano, 11 foram em bola aérea.
Sem perder o embalo, o time gaúcho teve chances de ampliar com Edenilson e o próprio Guerrero logo em seguida. Do outro lado, o Santos chegou a balançar as redes, com Kaio Jorge, mas o árbitro anulou o gol por toque de mão do atacante. Foi a única vez que o time ameaçou no segundo tempo.
O Inter, por sua vez, mantinha a postura ofensiva até o final. E foi assim que chegou ao segundo gol, aos 42 minutos, em nova participação decisiva de Guerrero. Com passe de calcanhar, o peruano tabelou com Edenilson, que invadiu a área e bateu de cavadinha para encobrir o goleiro Vladimir.
FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL 2 x 0 SANTOS
INTERNACIONAL – Marcelo Lomba; Saravia, Bruno Fuchs, Cuesta e Moisés; Rodrigo Lindoso, Patrick, Edenilson (D’Alessandro), Boschilia (Marcos Guilherme); Thiago Galhardo (Musto) e Paolo Guerrero. Técnico: Eduardo Coudet.
SANTOS – Vladimir; Luiz Felipe (Kaio Jorge), Lucas Veríssimo, Luan Peres; Pará, Alison (Ivonei), Diego Pituca (Tailson) e Carlos Sánchez (Jobson), Felipe Jonatan (Madson); Soteldo e Marinho. Técnico: Cuca.
GOLS – Guerrero, aos 11, e Edenilson, aos 42 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Edenilson, Lucas Veríssimo, Moisés, Marinho.
ÁRBITRO – Marcelo de Lima Henrique (RJ).
RENDA E PÚBLICO – Jogo sem torcida.
LOCAL – Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS).
* Com Estadão Conteúdo
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