Bruno Alves, do SPFC, relata casos de racismo: ‘Está no subconsciente das pessoas’

  • Por Jovem Pan
  • 05/06/2020 13h42 - Atualizado em 05/06/2020 13h43
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Divulgação/São Paulo FC Bruno Alves é zagueiro do São Paulo

O zagueiro Bruno Alves, do São Paulo, acredita que o racismo está no subconsciente das pessoas. Em entrevista ao “Globoesporte.com”, nesta sexta-feira (5), o defensor, que é negro, relatou que já sofreu preconceito racial de diferentes maneiras.

“Particularmente sofri racismo. Em alguns lugares nos quais você vai as pessoas te olham diferente. Aconteceu de estar com a minha família em um resort numas férias e estava esperando o Henry (seu filho) para brincar na porta desse resort. Daí chegou uma mulher, deu a mala para eu carregar e disse: “Meu quarto é esse”. Aí eu falei: “Não, moça, não trabalho aqui”, e ela pediu desculpas. Então você vê que algumas coisas estão no subconsciente de algumas pessoas”, comentou o jogador.

Bruno Alves contou que também já foi seguido por seguranças dentro de uma farmácia. O atleta falou que essas situações, de certa forma, são corriqueiras.

“Gosto muito de usar moletom. É mais confortável. Às vezes você coloca toca e entra numa farmácia ou supermercado. Pelo fato de você ter a pele talvez mais escura o segurança já começa a te seguir. Daí eu tiro a touca, eles veem e param. São coisas cotidianas do dia a dia”, falou.

Bruno Alves brincou com o filho

O zagueiro do São Paulo também esperar que o caso de George Floyd, homem negro que foi morto por um policial branco nos Estados Unidos, sirva para a sociedade repensar certas atitudes racistas.

“Muitas vezes a minha esposa fica indignada quando acontece isso. A gente também. Só que não tem como… Você vai tomar uma atitude e às vezes fica até sem jeito, porque você vê que em algumas pessoas está no subconsciente. Então torcemos para que esse caso venha para mudar o pensamento e as atitudes no dia a dia. Só mudando as atitudes no dia a dia podemos construir um mundo melhor”, declarou Bruno Alves.

No entendimento do defensor, o exemplo tem que vir dos governantes. A população, no entanto, também deve se importar mais com este tipo de intolerância.

“Ter mais afinco e ser mais rigoroso contra o racismo. Você vê em alguns lugares acontecer racismo e o pessoal nem ligar, não julgar. Acho que as pessoas tem, sim, de responder pelo crime de racismo, ser mais rigoroso para consequentemente diminuir esse fato. Já vem da história antiga, mas podemos, sim, fazer diferente, cada um no seu dia a dia melhorar para que no futuro isso não pertença a nós”, completou.

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