Campeão no Figueirense, Milton Cruz lamenta seca do São Paulo: “vaidade prevalece”

  • Por Jovem Pan
  • 12/04/2018 11h15 - Atualizado em 12/04/2018 11h16
Fernando Remor/Estadão Conteúdo Milton Cruz, figueirense, Em seu segundo trabalho como treinador, Milton Cruz foi campeão catarinense pelo Figueirense

“Eu fui criado embaixo da arquibancada do Morumbi. Muricy e Rogério (Ceni), também. Então, a gente via mais o lado do clube do que o da gente. Quando a gente observava alguma coisa errada, logo tentava cortar. Hoje, não: muitas pessoas que estão lá pensam mais em si do que no clube.”

Milton Cruz não tem papas na língua quando o assunto é São Paulo.

Campeão catarinense pelo Figueirense em seu segundo trabalho como treinador, o ex-auxiliar festejou a conquista estadual, mas lamentou a manutenção da seca de seu ex-clube – o São Paulo não ergue um título paulista desde 2005 e já soma mais de cinco anos sem qualquer conquista.

“Eu acho que o São Paulo tem jeito, sim. O São Paulo tem camisa, é um baita clube, tem uma das melhores estruturas do Brasil. Mas o problema é que a vaidade prevalece um pouco”, diagnosticou, em entrevista exclusiva a José Manoel de Barros que vai ao ar no próximo fim de semana, na Jovem Pan.

“As pessoas que hoje estão no São Paulo têm de pensar mais no clube e não nelas. Na nossa época, que a gente foi campeão de tudo, o presidente era o Juvenal, que protegia todos os funcionários, falava a verdade… A gente tinha uma união muito grande.”

Milton Cruz deixou o São Paulo em março de 2016. Foram 23 anos no clube até o desligamento provocado por diferenças com o grupo político liderado pelos presidentes Carlos Miguel Aidar e Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

“Na minha época, todo mundo se ajudava. O Marco Aurélio (Cunha, diretor de futebol) me ajudava, o Turíbio (Leite de Barros, fisiologista), o (Luiz) Rosan (fisioterapeuta), o Carlinhos Neves (preparador físico)… Todo mundo trabalhava em prol do São Paulo, pelo bem do São Paulo. E, hoje, a gente vê as pessoas pensando nelas antes de pensar no São Paulo”, acrescentou.

Para Milton, no entanto, as presenças de Raí, Lugano e Ricardo Rocha na diretoria podem ser benéficas para o clube. “São pessoas muito capacitadas, do bem e que têm muita experiência. Esses aí querem o bem do São Paulo e estão lá para fazer o São Paulo grande, como sempre foi.”

A entrevista de Milton Cruz a José Manoel de Barros vai ao ar, na íntegra, no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan. Fique ligado!

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