Candidatos à presidência do São Paulo, Natel e Casares falam sobre a disputa

Atual presidente, Leco fica no comando do clube até dezembro de 2020

  • Por Giovanni Chacon
  • 17/08/2020 18h23 - Atualizado em 17/08/2020 18h43
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Divulgação Eleições no São Paulo acontecem em dezembro

Neste final de semana, foi definido o último candidato para a disputa presidencial no São Paulo. Roberto Natel, sobrinho do antigo presidente do clube e ex-governador do Estado de São Paulo, Laudo Natel, foi escolhido pela chapa “Resgate Tricolor” para ser o que é visto como a oposição nesta eleição. Atual vice-presidente, Roberto Natel derrotou Marco Aurélio Cunha e Sylvio de Barros na disputa da pré candidatura, e agora irá enfrentar Júlio Casares, da chapa “Juntos Pelo São Paulo”, visto como candidato da situação.

O Seleção JP, a Jovem Pan ouviu os dois candidatos ao posto máximo do clube tricolor após a definição dos concorrentes. Questionado sobre ainda fazer parte da atual governança do São Paulo, amplamente criticada pela torcida do time, Roberto Natel não concordou com o posicionamento: “Eu fui eleito. O cargo de vice-presidente é meu e eu tenho que honrar os votos que eu recebi na eleição passada. Eu sou vice-presidente do São Paulo, não vice-presidente do Leco (atual presidente).”

“Temos que voltar a ter um São Paulo forte, coerente, com ética, com responsabilidade e com contratações adequadas. Isso está faltando no São Paulo hoje. O clube perdeu a credibilidade, a história. Em dezembro vamos fechar com 800 milhões de reais de déficit”, disse Natel, que rompeu relações com o presidente Leco há anos, mas segue como vice-presidente. “No começo eu conversava com o Leco, para tentar colocar para ele fazer algumas mudanças. Ele quis me escutar. Aí ele começou a trazer conselheiros remunerados, comecei a ir contra e foi criando aquele desconforto até um dia que eu cheguei no São Paulo e cadê a sala do vice? Não tinha mais.”

Sobre o parentesco com Laudo Natel e se isso o favorece, o atual vice diz que “a história do Roberto Natel no São Paulo começa em 2002 com Marcelo Portugal Gouvêa […] Não foi de uma hora para outra não, Roberto Natel foi criando oportunidade, foi conhecendo o São Paulo. Hoje eu conheço o São Paulo inteiro. Esse é o meu diferencial dos outros candidatos”.

Do outro lado, Julio Casares, conselheiro vitalício do clube e membro do Conselho de Administração. Casares também apoiou na última eleição o atual presidente Leco, e consequentemente o atual vice e agora rival na disputa pela presidência. Ele discordou de ser considerado situação e vê que não existe oposição ou situação nessa disputa: “Nessa disputa não tem situação nem oposição. Existem duas chapas onde nós temos uma coalizão. […] Do lado adversário com todo respeito ele é o vice-presidente faz parte do conselho de administração e tem inúmeros diretores inclusive da atual gestão.”

Sobre se distanciar do nome de Leco, onde os dois candidatos deram seu apoio, Casares explica. “Existe um lado crítico da gestão do Leco, e todos sabem que eu nunca fui o preferido do atual presidente para ser candidato. Inclusive pessoas da chapa adversária postulavam esse cargo. Ele é vice-presidente do Leco, não existem votos dados diferentes. O que fica claro é que o São Paulo tem uma nova geografia política, agora formada por grupo que fizeram críticas e por grupos opositores”.

Segundo ele, as finanças que estão no vermelho faz tempo. “Preocupa mas não assusta. Porque quando você tem um plano de responsabilidade financeira, comitê financeiro que já conversaram com pessoas experientes do mercado, onde nos vamos alongar a dívida, mudar o perfil da dívida, nós vamos estabelecer renegociações. Vamos honrar os compromissos financeiros do São Paulo. Eu tenho experiência na gestão privada. Os meus companheiros e técnicos tem esse handcap importante e eles vão junto conosco recuperar o São Paulo.”

Casares também comentou a possibilidade de mudar a forma de votação para presidente no clube, hoje apenas para conselheiros. “Acho que toda democracia é importante. Nós vamos discutir esse tema a partir de 2021. Nós temos que ter um pouco de cuidado. O sócio do São Paulo precisa de 2 anos para poder votar. 8 para poder ser eleito conselheiro. Eu acredito que para o sócio-torcedor poder ter representatividade, votar diretamente para presidente ou outra categoria, ele precisa ter uma longevidade. Hoje o sócio-torcedor hoje ele fica, o time está mal ele sai, ai ele volta. Nós vamos reformatar todo o sócio-torcedor e quem sabe estabelecer um caminho para essa discussão.”

A votação que define o próximo presidente do São Paulo está marcada para em dezembro, encerrando o ciclo de Leco à frente do clube.

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