Gestão Leco arrecada R$ 550 milhões com vendas de jogadores no São Paulo
Desde que Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, assumiu a presidência do São Paulo em outubro de 2015, o clube já arrecadou R$ 550 milhões com vendas de jogadores. A última negociação aconteceu na semana passada e rendeu R$ 74 milhões com o repasse de Antony para o Ajax, além de R$ 34 milhões que o clube ganhará agora pelos 20% de uma possível venda de David Neres, que também está no time holandês. Há ainda a possibilidade de a equipe do Morumbi receber outros R$ 28 milhões se Antony atingir metas no clube europeu. Ele vai se transferir no meio deste ano.
O dinheiro chega em momento importante para o São Paulo, que vinha convivendo com atrasos no pagamento de salários e direito de imagem dos seus jogadores. De acordo com o diretor executivo de futebol Raí, “já foi tudo colocado em dia”. A projeção é que o valor recebido do Ajax dê mais “fluxo de caixa” ao clube nos próximos meses. A diretoria financeira do clube foi procurada, mas não se manifestou.
“A situação do São Paulo não é diferente da maioria dos clubes no Brasil. O São Paulo tem como algo positivo a formação de diversos jogadores talentosos que chamam a atenção do mercado”, afirmou Raí.
Mesmo tanto dinheiro não é suficiente para bancar as contas do clube e deixá-lo no azul. O São Paulo terminou 2019 com déficit de R$ 180 milhões. Os principais motivos que explicam o rombo foram as quedas precoces na segunda fase preliminar da Copa Libertadores e nas oitavas de final da Copa do Brasil, o investimento em contratações de peso, como Daniel Alves, Alexandre Pato, Hernanes, Pablo e Juanfran, e a postura de segurar atletas do elenco. O balanço financeiro da temporada passada será divulgado entre março e abril.
Dos últimos quatro anos, 2019 foi a temporada em que o São Paulo menos lucrou com a venda de jogadores. A diretoria recusou propostas e recebeu apenas R$ 60,8 milhões com negociações. O valor ficou bem abaixo do que havia sido previsto no orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo para o ano, que era de R$ 120 milhões.
“Com a questão do nosso déficit, sentimos no mercado os clubes apostando na nossa necessidade de venda para levar valores para baixo. Por isso acabamos não concluindo negociações. Não fazia sentido depreciar um ativo nosso”, explicou o gerente de futebol Alexandre Pássaro.
Entre 2016 e 2018, por outro lado, o São Paulo foi o clube brasileiro que mais ganhou dinheiro com saída de atletas: R$ 383 milhões acumulados no triênio. O Palmeiras, segundo colocado neste quesito, arrecadou R$ 256 milhões com vendas no mesmo período.
Para 2020, o orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo prevê R$ 154 milhões com vendas de jogadores. Com a negociação que envolveu Antony e a porcentagem sobre David Neres, o São Paulo já atingiu 70% da meta. Outros atletas podem deixar o clube nesta temporada. “O desafio é encontrar o balanço entre vender o jogador na hora certa e no momento adequado sem prejudicar o clube”, afirmou Pássaro. “A espinha do time está montada”, acrescentou o dirigente.
Os valores arrecadados com negociações e outras receitas são usados, principalmente, para o pagamento das despesas operacionais do futebol profissional e da base em Cotia. Na primeira temporada completa de Leco na presidência, em 2016, foram R$ 270 milhões consumidos nas duas áreas. O número passou para R$ 354 milhões em 2017 e caiu para R$ 310 milhões em 2018. As outras despesas anunciadas no balanço do clube são com esportes diversos (como futebol feminino e basquete), clube social e o estádio do Morumbi, além de setores administrativos, como despesas de jogos e impostos.
Os balanços financeiros dos últimos anos mostram que a folha salarial do futebol profissional do São Paulo giravam em torno de R$ 10 milhões mensais. Nesta temporada, o valor deve continuar parecido, com destaque para os ganhos de Daniel Alves, de cerca de R$ 1,5 milhão por mês referente a salário, direitos de imagem e luvas (bonificação pela assinatura do contrato).
*Com informações do Estadão Conteúdo
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