Marcado há 59 anos, 1º gol do Morumbi mudava até o ‘dicionário’ do futebol: ‘Foi um presente de Deus’

  • Por Jovem Pan
  • 02/10/2019 16h23
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São Paulo F.C./Divulgação O primeiro gol da história do estádio do Morumbi foi de Peixinho, atacante que batizou um estilo de cabeceio

Dois de outubro. O dia, que, a princípio, não remete a nenhum evento especial, é histórico para o São Paulo Futebol Clube. Foi nesta data, afinal, que o Tricolor inaugurou o seu estádio.

Em 2 de outubro de 1960, São Paulo e Sporting Lisboa, de Portugal, enfrentavam-se em amistoso que marcava a estreia do Cícero Pompeu de Toledo. O Morumbi recebeu quase 57 mil pessoas, e coube a Arnaldo Poffo Garcia, o Peixinho, marcar o primeiro gol do estádio.

O lance aconteceu aos 12min do primeiro tempo e foi histórico. Não apenas por ter sido o tento inaugural da casa são-paulina, mas também por ter mudado o “dicionário” do futebol. Peixinho balançou as redes de cabeça, atirando-se na bola e tendo contato com ela em uma altura abaixo dos ombros. Um estilo de finalização que acabou sendo batizado com o apelido do ex-ponta-direita.

“Esse tipo de gol era chamado de ‘gol de mergulho’. Mas, quando eu fiz o primeiro gol do Morumbi, exatamente dessa maneira, o apelido foi trocado. Em vez de ‘gol de mergulho’, passou a ser chamado de ‘gol de Peixinho’. A imprensa que criou… E eu fico muito contente com isso, porque quem é que não gosta de ser lembrado, né?”, afirmou Peixinho, em entrevista exclusiva ao repórter Giovanni Chacon que vai ao ar, na íntegra, no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan.

“Foi um presente de Deus ter feito o primeiro gol do Morumbi e ter iniciado a minha carreira no São Paulo Futebol Clube. Quem me lançou no futebol foi Vicente Feola, o primeiro técnico campeão mundial com a Seleção Brasileira. Os dirigentes do São Paulo cuidaram muito de mim, me ajudaram demais, como se eu fosse um filho do clube. E ter feito o primeiro gol do Morumbi conta muito na minha vida, vou levar para sempre”, acrescentou.

Hoje com 79 anos, Peixinho, que tinha 20 quando balançou as redes do Sporting, segue orgulhoso do feito que o colocou na história do São Paulo. Além de tudo, afinal, o Tricolor é o time de infância do ex-jogador. “Eu, quando tinha 10 anos de idade, tive o prazer de ver aquele timaço do Leônidas da Silva jogar. Eu ficava encantado. Tinha um tio chamado Oscar que me levava para assistir às partidas, fiquei apaixonado pelo Tricolor, e o destino quis que eu tivesse a felicidade de jogar no São Paulo”, celebrou.

“Hoje, trabalho com o pessoal de Cotia pelo São Paulo aqui em Piracicaba. E sou muito grato ao São Paulo e ao presidente Leco por isso, também. É um presente para mim. O São Paulo começou a minha vida e, se Deus quiser, vou terminar a minha vida no São Paulo”, declarou-se.

Em 59 anos de Morumbi, o São Paulo soma 1.712 jogos no estádio, com 1.001 vitórias, 431 empates e 280 derrotas. Após aquele gol de Peixinho, o time tricolor marcou mais 3.147 vezes em casa e foi vazado em 1.488 oportunidades. O último título do clube, o da Copa Sul-Americana de 2012, foi conquistado justamente no Cícero Pompeu de Toledo – o 19º da equipe no local.

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