São Paulo já teve oito treinadores que não vingaram na ‘era Leco’; relembre

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2019 16h53 - Atualizado em 26/09/2019 17h00
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Rubens Chiri/São Paulo/Divulgação Leco, São Paulo Leco, atual presidente do São Paulo

O São Paulo é administrado por Leco desde outubro de 2015, quando o mandatário assumiu de forma interina após a renúncia de Carlos Miguel Aidar. No período, o presidente contratou oito treinadores de perfis distintos, mas não conseguiu fazer o time emplacar. O último a deixar o banco da equipe foi Cuca, que pediu demissão nesta quinta-feira (26).

Leco colocou à frente do Tricolor profissionais com ideias, históricos e comportamentos diferentes. Porém, nenhum deles foi capaz ou teve tempo para tirar o clube da fila de títulos – os são-paulinos não erguem uma taça desde 2012.

Entre os oito que passaram pelo Morumbi, Diego Aguirre foi quem teve o melhor aproveitamento, com 55,81% dos pontos conquistados. O uruguaio chegou a deixar o time na ponta da tabela do Campeonato Brasileiro de 2018, mas viu o elenco perder potência e acabou não resistindo a uma série negativa.

Abaixo, recorde os técnicos que fracassaram na “era Leco”:

Doriva (10/2015 – 11/2015)

O primeiro a chegar sob o comando de Leco veio para substituir Juan Carlos Osório, que deixou o clube para ser treinador da seleção mexicana. O escolhido foi Doriva, então na Ponte Preta e com pouca bagagem como treinador.

No São Paulo, ele teve passagem relâmpago, sem muito tempo para implantar o seu estilo. Comandando o time apenas em 7 jogos, Doriva teve apenas 33% de aproveitamento.

Edgardo Bauza (12/2015 – 08/2016)

Sem contratar nenhum técnico por 38 dias, a diretoria decidiu fechar com Edgardo Bauza, campeão da Libertadores de 2014 com o San Lorenzo, em dezembro de 2015. A intenção era trazer um cara que colocasse o São Paulo no rumo do título do continental e formasse uma equipe mais sólida defensivamente.

Em sete meses, Bauza até deixou o time mais aguerrido e pôs o São Paulo na semifinal da Libertadores. Em agosto, entretanto, o trabalho foi interrompido após convite da seleção argentina.

Em 48 partidas, ele conquistou 18 vitórias, 13 empates e 17 derrotas, o que resultou no aproveitamento de 46,52%.

Ricardo Gomes (08/2016 – 11/2016) 

Leco e companhia, então, foi ao passado para tentar reconquistar o carinho da torcida. A cúpula do time paulista apostou em Ricardo Gomes, treinador com passagem pelo time entre 2009 e 2010.

Entretanto, Ricardo Gomes não foi bem, dirigiu o time por apenas três meses e acabou sendo desligado restando dois jogos para o término do Campeonato Brasileiro.

Ricardo Gomes deixou a equipe após 18 partidas, com seis vitórias, cinco empates e sete derrotas (aproveitamento de 42,59%).

Rogério Ceni (11/2016 – 7/2017)

Com muitos torcedores fazendo coro pela contratação de Rogério Ceni, o presidente Leco oficializou a contratação do ex-goleiro. No começo, a chegada do ídolo empolgou, com o São Paulo demonstrando um futebol ofensivo e acelerado na fase inicial do Campeonato Paulista.

Porém, logo o encanto acabou! Eliminado na semifinal do Paulistão pelo rival Corinthians, o Tricolor também se despediu cedo da Sul-Americana e da Copa do Brasil.

Ao mesmo tempo, Rogério Ceni alegava que havia perdido seus principais jogadores do time, como Luis Araújo, David Neres e Thiago Mendes. A reclamação não funcionou, e Leco optou pela demissão do ícone do clube.

Ceni saiu com 49,5% de aproveitamento, sendo 37 jogos, 14 vitórias, 13 empates e dez derrotas. Para piorar, o “Mito” deixou a equipe dentro da zona de rebaixamento.

Dorival Jr (7/2017 – 3/2018)

Dorival Júnior pegou a equipe paulista pressionada, mas após a chegada de Hernanes, o time embalou e conseguiu permanecer na elite do futebol nacional. No ano seguinte, um futebol de muita troca de passes foi visto, mas de pouco objetividade e velocidade.
Mal no Estadual, Dorival deixou o time após derrota em clássico para o Palmeiras, na casa do rival. No total, foram 40 jogos pelo São Paulo, com 17 vitórias, 11 empates e 12 derrotas. O aproveitamento foi de 51,6% dos pontos.

Diego Aguirre (3/2018 – 11/2018)

O São Paulo voltou a ter um treinador estrangeiro em março de 2018. Mesmo com filosofia de jogo totalmente diferente de seu antecessor, Aguirre conseguiu rapidamente deixar o time competitivo. O modelo adotado foi de linhas compactas, posicionamento mais recuado e velocidade no contra-ataque.
A ideia não surtiu efeito no Paulistão e na Copa do Brasil, com quedas para Corinthians Athletico-PR, respectivamente. Ainda assim, o Tricolor assumiu a ponta no nacional e virou o turno do Brasileirão de 2018 na ponta da tabela.
Sentindo o peso de um campeonato longo e com um elenco enxuto, Diego Aguirre viu o rendimento despencar na segunda metade do campeonato e foi demitido após empate em 1 a 1 com o Timão, já nas rodadas finais.
Durante sua passagem, Diego Aguirre teve aproveitamento de 55,8%, com 19 vitórias, 15 empates e nove derrotas com 52 gols marcados e 36 sofridos.

André Jardine (11/2018 – 02/2019)

Buscando um time mais ofensivo, Leco e Raí apostaram todas as suas fichas em André Jardine, treinador do sub-20 do São Paulo que possui ideias completamente diferentes as de Aguirre.
O novato treinador acreditava em um modelo de associações, triangulações e posse de bola, algo que demandava tempo a ser implantado. Pegando o time no final do Brasileirão, André Jardine não conseguiu colocar suas ideias em prática.
Para piorar, Jardine sofreu uma dura eliminação da primeira fase da Libertadores, deixando a sua situação insustentável na visão da diretoria. Desta forma, ele foi desligado com 19 partidas, somando sete vitórias, dois empates e nove derrotas, totalizando 36,8% da pontuação possível.

Cuca (04/2019 – 09/2019)

Os mandatários tricolores voltaram a apostar na experiência. Em fevereiro, Raí convocou coletiva de imprensa para explicar que Cuca seria o novo treinador, mas que ele não poderia assumir de maneira imediata por razões médicas. Por isso, Vagner Mancini, coordenador técnico, assumiu o cargo de forma provisória.
Em abril, Cuca pegou a equipe já na semifinal do Paulistão e conseguiu eliminar o arquirrival nas penalidades. Na final, no entanto, a equipe perdeu para o Corinthians e acabou amargando o vice-campeonato.
Eliminado para o Bahia na Copa do Brasil, Cuca viu sua única esperança de triunfar no Brasileirão. Apesar  de manter a equipe com uma base defensiva sólida, o técnico não conseguiu fazer o time evoluir ofensivamente.
Hoje, o próprio Cuca admitiu que teve dificuldade em implantar as suas ideias e acabou pedindo para deixar o trabalho. Ao todo, foram 26 jogos: nove vitórias, dez empates e sete derrotas.
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