Veja tudo que se sabe sobre o assassinato brutal do jogador Daniel

  • Por Jovem Pan
  • 06/11/2018 12h44 - Atualizado em 07/11/2018 10h25
Rubens Chiri/ Divulgação Daniel foi brutalmente assassinado por "Juninho Riqueza"

A morte do jogador Daniel, ex-São Paulo, ainda está cercada de alguns mistérios, mas já é possível entender muitos detalhes do caso, baseado em depoimentos de testemunhas, informações divulgadas pela Polícia Civil do Paraná e apurações da imprensa.

Veja as informações que já estão confirmadas:

Daniel chegou em Curitiba no dia 26 de novembro. Naquela noite ele foi até a balada Shed, onde acontecia o aniversário de 18 anos de Allana Brittes. Os dois se conheciam desde 2017, quando o jogador atuou pelo Coritiba e inclusive foi no aniversário de 17 anos dela.

Depois da festa, Daniel foi para a casa de Allana, onde alguns convidados fizeram uma “after party”. O meia foi até lá em um Uber, acompanhado por duas pessoas.

Em determinado momento da festa, as pessoas perderam Daniel de vista. Ele foi encontrado no quarto da mãe de Allana, Cristiana. O pai, Edson Brittes Junior, ficou furioso e agrediu Daniel até deixá-lo inconsciente. Depois o colocou em um carro, para levá-lo até uma plantação de pinus em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

O corpo de Daniel foi encontrado sem pênis, com a cabeça quase degolada e com alto índice de álcool no sangue. No mesmo dia amigos encontraram o corpo no IML. Eles não puderam fazer o reconhecimento, pois só parentes têm autorização para isso, mas viram uma foto e identificaram o jogador. No domingo (28), um parente fez o reconhecimento oficial. E então começaram as investigações sobre o caso.

Veja as informações divulgadas pela família do assassino:

Na quarta-feira passada (31), Edison Brittes Junior assumiu era o assassino de Daniel. Na sequência ele foi preso, junto com a filha Allana e a esposa Cristiana. Por enquanto a prisão tem caráter temporário, por apenas 30 dias, para averiguação de informações. Mas o delegado Amadeu Trevisan já informou que os 3 serão acusados por homicídio qualificado e coação de testemunhas. Eles serão julgados no plenário do júri.

Edison declarou que viu Daniel tentando estuprar Cristiana no quarto. Ele diz que ouviu gritos de “socorro” e teve que arrombar a porta para impedir o jogador. Em depoimento oficial à polícia, Cristiana confirmou essa versão.

Apesar de confessar o assassinato, Edison diz que não tinha intenção de matar Daniel quando o colocou no carro. Ele alega que ia apenas deixá-lo pelado no matagal. Mas o empresário afirma que se irritou ao ver mensagens no celular do jogador. Existem imagens de uma suposta troca de mensagens entre Daniel e um amigo. Nelas o meia diz que “vai comer” Cristiana e divulga fotos ao lado dela, que parece estar dormindo.

Edison diz que a faca usada para o crime já estava no carro dele. Acometido pela raiva, por causa das mensagens, ele resolveu usá-la para matar Daniel.

Veja as informações divulgadas por outras testemunhas e suspeitos:

Antes de Edison confessar o assassinato, uma testemunha deu informações fundamentais para a polícia. Depois disso, ela até fugiu para São Paulo, sob proteção policial, para se proteger de ameaças. Ela alega que a família de Edison tentou “calá-la” na segunda-feira (29) e criar uma falsa versão da história. A intenção era divulgar que Daniel tinha saído da casa sem contar para onde ia. Realmente Edison e a família tentaram sustentar essa versão inicialmente, pois já vazaram conversas em que eles dizem isso e lamentam a morte do jogador, como se não estivessem envolvidos em tudo.

Mas eles não contavam com o depoimento da testemunha que não quis mentir. Ela revelou que viu 4 pessoas agredindo Daniel, que não tinha qualquer condição de se defender. Além disso, afirmou que viu Edison pegar uma faca na cozinha e ouviu a frase “mexeu com mulher de bandido, vai morrer”.

Outras 3 pessoas que estavam no apartamento já foram identificadas pela polícia. Elas são suspeitas de terem participado das agressões a Daniel. Os depoimentos ainda não foram colhidos pela polícia oficialmente, mas os advogados alegam que eles não participaram do assassinato e só queriam deixar Daniel pelado no matagal. A versão deles é que todos ficaram no carro e nem viram Edison assassinar o jogador.

Estas 3 pessoas serão ouvidas em breve pela polícia e provavelmente serão presas preventivamente na sequência.

Entenda as principais dúvidas sobre o caso:

A principal dúvida agora é sobre a tentativa de estupro. Advogados da família Brittes querem confirmar que Edison realmente encontrou Daniel violentando Cristiana, o que poderia amenizar a pena do empresário.

Advogados de acusação dizem que Daniel não tentou o estupro e acreditam que podem provar isso. O sexo entre eles pode ter sido consensual. Também é possível que o jogador tenha tirado fotos sem tentar qualquer assédio, apenas para se gabar com amigos. A polícia está acreditando nesta última versão por enquanto, afinal não existem provas suficientes sobre o estupro.

Outra dúvida é sobre o planejamento do crime. Edison alega que não queria matar Daniel quando saiu de casa. Mas o depoimento da testemunha cria uma contradição. Afinal, se o empresário pegou uma faca em casa e houve aviso de que Daniel ia morrer, o crime não foi tão passional quanto pode aparentar.

Ainda não ficou claro qual era o nível de ligação entre Daniel e os pais de Allana. Em depoimentos iniciais a família tentou mostrar distanciamento. A filha chegou a dizer que conhecia o jogador há menos de um ano, o que foi desmentido por fotos. Agora está sendo investigado se Daniel mantinha contato com Edison e Cristiana. Há uma suposta gravação de Edison chamando o meia de “muito querido pela família”.

Edison ainda não foi ouvido oficialmente pela polícia. O depoimento dele acontecerá nesta quarta-feira (7). A polícia pretende esclarecer o que ele fez com o celular de Daniel e também perguntar se ele saiu da casa por um período daquela madrugada, antes do assassinato. Cristiana disse isso em depoimento e causou estranhamento, pois é uma informação que não tinha sido divulgada anteriormente. Ela contou que ele foi comprar cervejas apenas.

Existe ainda um detalhe estranho em uma das provas do processo, que é utilizada para comprovar a tese da tentativa de estupro. Em uma troca de mensagens entre Daniel e um amigo, o celular do jogador aparece gravado como “Junior”. O meia não tinha esse nome e nem era conhecido dessa forma. Já Edison era chamado por muitos de Junior ou Juninho Riqueza. Portanto isso levanta suspeita de que a prova tenha sido forjada.

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