Secretário-geral da CBF: ‘Podemos pegar algumas datas de 2021 para jogar o Brasileiro’

  • Por Jovem Pan
  • 27/05/2020 10h15
Reprodução sede da cbf Sede da Confederação Brasileira de Futebol

Quem é fã de futebol deve ter uma virada de ano bem diferente. Com jogos entre o Natal e o Ano Novo e também no início de janeiro do ano que vem, o Campeonato Brasileiro de 2020 terá um calendário modificado por causa da longa paralisação provocada pela pandemia do novo coronavírus. Quem revelou esses planos foi o secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, em entrevista exclusiva ao “Estadão”, nesta quarta-feira (27).

“Eu diria que quando a gente iniciou a parada, nós começamos a pensar nos mecanismos de flexão que teriam de ser acrescentados ao calendário para podermos ter condições de terminar as competições. Por isso que trabalhamos com a extensão das férias dos atletas para ter a liberação do período entre Natal e Ano Novo. Seria possível fazer um calendário até 2021 e também iniciamos algo que vem sentido mantido, de diálogo com a Federação dos Atletas para termos a redução do tempo entre as partidas”, comentou Feldman.

Para conseguir viabilizar o Campeonato Brasileiro no ano que vem, Feldman revelou que existe um projeto de lei que prorrogaria os contratos de jogadores que possuem vínculos com os clubes somente até o dia 31 de dezembro de 2020.

“É um problema que vem sendo pensado no plano da legislação. Tem um projeto de lei para resolver algumas questões e uma delas é esta, a possibilidade de se assinar um contrato por só 30 dias (nota de redação: o contrato mínimo permitido atualmente é de 90 dias de duração). Talvez seria em situação emergencial uma solução, por ter contratos mais curtos. Nós sabemos as dificuldades dos clubes em manter salários. Isso ainda está sendo tratado. Tem várias questões em andamento, ainda sem respostas”, disse.

Walter Feldman

A entidade ainda não sabe quando poderá reiniciar as competições, mas tem claro que só vai retomar o calendário após receber autorização do Ministério da Saúde. Segundo Feldman, por enquanto o trabalho é o de atualizar um protocolo de cuidados médicos, dialogar com clubes e federações e garantir que nenhuma pressão política vai apressar o retorno das atividades do futebol brasileiro.

“A volta das competições tem de ser baseada primeiramente nas condições de saúde, com as curvas controladas e com os protocolos praticados. Fizemos algo muito sensato no começo de maio ao permitir que cada federação e clube avaliasse dentro da realidade o que era possível. Pela nossa previsão, nosso calendário deve ser retomado em cima das competições estaduais para que quando comece os torneios nacionais, os clubes já tenham o preparo e o condicionamento adequados”, declarou Feldman, que evitou estipular um prazo para o retorno do futebol.

*Com Estadão Conteúdo

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